Vale a pena abrir conta em cooperativa de crédito

Se os serviços e produtos são basicamente os mesmos dos ‘bancões’, no atendimento há muita diferença, pois é feito com acolhimento e com humanização

Atualizado em julho 4, 2021 | Autor: Michelle
Vale a pena abrir conta em cooperativa de crédito

Foi-se o tempo em que uma cooperativa de crédito não poderia ser chamada de banco.

Correto não é, pois não são bancos, não daqueles tradicionais. Mas são instituições de crédito que têm crescido muito no Brasil.

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As cooperativas de crédito estão ganhando cada vez mais espaço, inclusive nas grandes cidades, entre investidores.

Mais de um bilhão de pessoas são cooperadas e fazem parte deste cooperativismo financeiro, que está presente em 150 países, dos quase 200 existentes no globo.

No Brasil, além de facilitarem a vida de quem mora no campo (onde se tornaram mais fortes no passado), estas cooperativas trazem outra característica forte.

Os municípios com maiores taxas de IDH (índice de desenvolvimento humano) têm forte presença de cooperativas de crédito. E isso quer dizer alguma coisa. E uma coisa muito positiva, pois fazem um trabalho de inclusão social.

Isso porque, como é uma instituição coletiva, o cooperativismo contribuiu ao longo dos anos para que a economia local se desenvolvesse. E as agências e cooperativas sempre estão inseridas na sociedade, ajudando em ações sociais, de educação e cultura.

Se você gostou do tema e procura uma alternativa financeira para suas negociações, vamos te apresentar neste post as vantagens de se associar a uma cooperativa de crédito financeiro.

 

O Banco Central é parceiro das cooperativas financeiras

O Banco Central já se declarou parceiro das cooperativas de crédito.

Em 2019, antes mesmo da pandemia, o BC sugeriu algumas metas para o setor até 2022 e quer que a participação delas no sistema financeiro salte de 85 para 20%.

A vantagem, para o Bacen é que estas cooperativas oferecem acesso mais fácil ao crédito para seus cooperados com renda menor.

Aliás, estas cooperativas como a Sicredi, Sicoob e outros, por exemplo, cumprem sua missão de atender bem as pessoas físicas, jurídicas, empreendedores e investidores.

Se você pensa em abrir uma conta nestes “bancos”, saiba que, ao fazer isso, pode integralizar um capital, que rende juros normalmente, e se tornar associado, um dos donos da instituição, conjuntamente a milhares de outros sócios (associados).

Nestas cooperativas, como a Unicred e a Cresol e outras, por exemplo, o atendimento é personalizado.

As taxas normalmente são menores e o grande diferencial é que a cada fim de ano tem a distribuição de parte do resultado, o equivalente ao lucro que é dividido entre os associados.

Outra diferença é que aqui nas cooperativas, o cliente não é cliente, é chamado de associado ou de cooperado. O cooperado é sócio, afinal, participa do dia a dia e investe capital em um fundo.

 

Cooperativas atendem pessoas físicas e jurídicas

É banco mas não é banco, como é a prestação de serviços

As cooperativas oferecem os mesmos produtos e serviços que um bancão, um banco tradicional.

Se você é pessoa física, pode ir lá, abrir sua conta, ter cartões de crédito e até fazer empréstimo.

Você pode fazer até crédito imobiliário e investir em poupança, previdência e renda física. É igual ao banco, mas não é banco.

Se você é CNPJ, pessoa jurídica, também pode levar as folhas de pagamento para uma cooperativa, e usufruir de todas as facilidades, inclusive diferenciadas de um banco tradicional.

No passado, muitas destas cooperativas não pareciam banco, mas atualmente são digitais, oferecem internet banking e apps como qualquer banco digital ou tradicional.

 

Cooperativas têm importante trabalho de inclusão financeira

A burocracia e os juros altos costumam afastar o brasileiro dos serviços bancários. Tanto é que os bancos digitais vieram com tudo desde que surgiram.

Segundo uma pesquisa divulgada na mídia, 45 milhões de brasileiros não tem nenhuma relação com o sistema financeiro tradicional.

Isso quer dizer que quase metade da população ativa está a margem do sistema financeiro.

As cooperativas surgem como alternativa para proporcionar a inclusão desse grande contingente da população. E muitas vezes, são a única opção de banco para estes.

 

Saiba como é o atendimento humanizado nas cooperativas

Como a estrutura é horizontal e estas instituições teoricamente não visam lucro, pois o lucro é dividido com os associados em geral, o cliente recebe um atendimento diferenciado.

Se a estrutura de atendimento é semelhante às dos bancos, se oferecem produtos e serviços como se fossem bancos comerciais, o atendimento é bem diferente. Em geral, as pessoas (que são associadas) são chamadas pelo nome. Só falta ter crachá mesmo!

O atendimento aqui é diferente, o atendimento é feito com acolhimento e com humanização. Há transparência no serviço e o acesso ao gerente, por exemplo, é bem descomplicado.

Há agências de cooperativas de crédito que são como as salas de casas das pessoas, com sofás e atendimento com cafezinho e até wi-fi.

 

Saiba onde nasceu o cooperativismo

Se você gostou do tema deve estar se perguntando onde nasceu o cooperativismo.

Aliás, o sistema de cooperativas nasceu justamente por conta do cooperativismo de crédito financeiro.

Já é um movimento centenário que nasceu em 1902, em Nova Petrópolis (RS). A iniciativa foi de um padre jesuíta chamado Theodor Amstad.

Ele era suíço e trouxe a ideia da Europa. Foi ele o fundador de uma das maiores cooperativas brasileiras hoje em atividade, a Sicredi Pioneira, de onde nasceu o sistema Sicredi.

 

O que você precisa saber antes de abrir uma conta na cooperativa

Se você pensa em se associar a uma cooperativa, confira quais são as principais vantagens:

Distribuição de lucro: Da mesma forma que uma empresa que tem lucro divide ele entre seus sócios, é assim que as cooperativas fazem.

Sempre que uma cooperativa de crédito tem saldo positivo, tem lucro, ela divide o dinheiro entre seus associados.

Quando tem resultados positivos, o dinheiro é distribuído aos associados uma vez por ano, de acordo com a movimentação de cada um.

O dinheiro fica na própria comunidade onde está inserida a cooperativa, distribuído entre seus associados. Eis aí um grande diferencial delas.

Tomada de decisões: os associados exercem direitos e deveres, não apenas como usuários do sistema, afinal, são realizadas assembleias a cada período.

Segurança no investimento: são fiscalizadas pelo Bacen, seus balanços passam por auditorias externas e precisam ser divulgados com transparência.

Aliás, elas têm uma camada de proteção a mais: são protegidos pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop).

Desta forma, se você tem até R$ 250 mil investido em uma cooperativa, pode ficar tranquilo, pois seu dinheiro será ressarcido caso a cooperativa tenha algum problema financeiro. O mesmo ocorre com os bancos tradicionais.

Responsabilidade social: As cooperativas detêm ações sociais, educativas ou culturais, que não visam lucro, mas são realizadas apenas para ajudar a sociedade em si.