Ações da Petrobras: é hora de comprar?
Em fevereiro as ações da Petrobras registraram a segunda maior desvalorização da B3, devido a troca no comando da estatal
É hora de comprar ações da Petrobras? Ou é hora de vender?
Esta foi uma das perguntas que mais se fez presente nos últimos dias.
E elas tem um motivo. Neste post, a gente vai explicar por quê.
Há alguns anos, o que dez entre dez carteiras de investimentos tinham em comum eram as ações da Petrobras.
Era a queridinha dos investidores brasileiros! Mas este tempo ficou para trás.
A estatal sofreu influência governamental e se viu envolvida em escândalos, com isso, suas ações chegaram ao menor valor da história.
Mas aos poucos, a empresa petrolífera brasileira foi recuperando seu nome e seu valor de mercado, ganhando o coração dos investidores.
Mass em fevereiro novamente a sensação de “déjà vu” fez voltar o mesmo pesadelo à mente do investidor.
O governo federal trocou o comando da empresa depois de reajustes sucessivos no preço do combustível.
E o mercado, “que já viu este filme”, ficou com pulga atrás da orelha.
O preço das ações caiu e a recomendação de preço alvo para os ‘papéis’ caiu pela metade.
Qual a mensagem entendida pelo mercado
As ações da Petrobras registraram a segunda maior desvalorização da Bolsa de Valores no mês de fevereiro.
Foi cerca de 20% de queda em um único dia, motivada pela troca do comando.
O mercado enxergou que a troca foi interferência política do governo federal.
Este aceno do Estado em se meter nas empresas onde detém o comando fez os ‘papéis’ derreterem.
Resultado: a empresa perdeu R$ 102 bilhões de valor de mercado em apenas dois dias.
Entenda em que isso implica
O mercado não engoliu esta possibilidade de interferência, encarando como um divórcio entre a política liberal do atual governo e o mercado.
A interferência política também colocou em xeque a autonomia das outras estatais listadas na B3.
E repercutiu também em outras estatais, como Banco do Brasil, que também fechou o mês em queda.
O tombo nas ações da Petrobras levou à queda do índice do Ibovespa.
É que a Petrobras compõe o principal índice da B3. As ações da estatal têm peso de 10,72% no Ibovespa.
Logo, se Petrobras levou tombo, o índice caiu junto.
Além da Petrobras, fazem parte do Ibovespa as ações da Vale, Ambev, Banco do Brasil, Itau Unibanco, Bradesco e outras.
Mas porque o governo interferiu?
O que motivou a troca do comando da estatal por um general da reserva foi o aumento dos combustíveis.
O governo justificou sua insatisfação pela alta dos combustíveis, que vinha sofrendo reajuste de acordo com o barril de petróleo no exterior e com a oscilação do câmbio.
Mas, afinal, é hora de comprar?
Com esta queda nas ações da Petrobras no mês que passou, a pergunta que se faz necessária é:
Em março, é hora de comprar?
Este post não traz recomendações de investimento, mas é importante analisar o cenário antes de qualquer compra.
Esta troca de comando gerou uma crise que impactou no preço da ação, que ficou desacreditada.
Tanto é que em fevereiro aparecia em várias carteiras recomendadas, o que não acontece em março.
Em nenhuma das principais carteiras recomendadas de março, o ‘papel’ sequer foi citado.
É hora de vender?
Se não é hora de comprar, então, é hora de vender?
Depende. É que a economia não é tão simples como a matemática, onde dois mais dois é igual a quatro. Sempre.
Mas, sim, teoricamente, sim.
A questão é que o mercado não tem bola de cristal para antever o futuro e como será o novo comando e sua política administrativa.
Até o momento, um grande banco brasileiro rebaixou a recomendação para “neutra”; outro reduziu pela metade o preço alvo de compra dos papéis, devido a incertezas.
Outro banco colocou o ‘papel’ sob revisão e analistas de uma grande corretora sinalizaram que a troca do comando foi negativa.
Ou seja, o ‘papel’ está com a credibilidade bem abalada. Uma coisa é certa: pode não ser a hora de vender, mas certamente esta não é hora de comprar.