Brasil quer ampliar doação de órgãos e diminuir recusa familiar; entenda

Nova política nacional para doações foi lançada

Atualizado em outubro 17, 2025 | Autor: Michelle Verginassi
Brasil quer ampliar doação de órgãos e diminuir recusa familiar; entenda

O Brasil quer ampliar doação de órgãos, a fim de diminuir recusa familiar, que é um problema recorrente.
Por este motivo, o governo lançou uma nova política nacional para ampliar doação de órgãos.
Além disso, também foram anunciados investimentos e a criação de um programa para ampliar as doações.
Para se ter ideia, o Brasil registrou 14,9 mil transplantes no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 21%.
Se você se interessa em ser doador – ou não – vem conferir este post para saber o que há de novo no assunto.

Brasil quer ampliar doação de órgãos e diminuir recusa familiar

O anúncio do governo foi feito em celebração ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado recentemente.
O conjunto de medidas foi feito junto ao Sistema Nacional de Transplantes (SNT), somando-se aos R$ 20 milhões em investimentos anuais.
Apesar do aumento dos transplantes, a taxa de recusa familiar de quem é doador está em 45%.
Dessa forma, é para mudar esse cenário que o Ministério da Saúde apresentou o Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (PRODOT).
Sendo assim, o objetivo é passar uma mensagem às famílias dos doadores sobre a segurança e a seriedade do Sistema Nacional de Transplantes.

Além disso, o programa quer reforçar, ao doador, a importância dele manifestar à família o desejo de doar.

Veja os números do Brasil na doação de órgãos

A questão da logística de transporte de órgãos e equipes é muito importante.
Dessa forma, tanto o SNT como a FAB desempenham uma função central e importantíssima.
Ou seja, é preciso garantir e assegurar que os órgãos cheguem ao seu destino com a agilidade necessária e a tempo de ser feito o transplante.

Em relação aos números que esta causa representa, os mais importantes são:
– 14,9 mil transplantes no primeiro semestre
– Aumento de 21% em comparação com o mesmo período de 2022
-O Brasil ocupa a 3ª posição mundial em número absoluto de procedimentos (atrás de EUA e China).
-O País lidera em transplantes realizados integralmente por um sistema público.
– É de 45% a taxa de recusa familiar para doação.
-Mais de 80 mil pessoas aguardam por um transplante no Brasil. Essa é a fila!

Saiba como vai funcionar o programa da doação de órgãos

O novo programa também quer valorizar as equipes que atuam dentro dos hospitais.
Dessa forma, está previsto até incentivos financeiros conforme o volume do atendimento, bem como indicadores de desempenho.
Além disso, o Ministério da Saúde também lançou a campanha de conscientização “Doação de Órgãos. Você diz sim, o Brasil inteiro agradece. Converse com a sua família, seja um doador”.
Sendo assim, ao doar, mesmo em um momento de dor, você e sua família (com o sim) pode salvar a vida de três ou quatro pessoas.
Ou seja, também é uma maneira de manter viva a memória do ente querido.
Então, o governo quer, através deste projeto, investir também na formação e orientação dos profissionais, já que o momento é delicado quando da doação, ou não, dos órgãos.

Dessa forma, é a primeira vez, desde a criação do SNT em 1997, que a política é formalizada em um documento específico.

Veja como serão os investimentos no programa da doação de órgãos

A PNDT é parte de um investimento anual de R$ 20 milhões.
Destes, um total de R$ 13 milhões destinados à inclusão de novos procedimentos.
Além disso, outros R$ 7,4 milhões vão para o PRODOT, o qual falamos anteriormente.
Em relação aos novos procedimentos no SUS, podemos citar os transplantes de intestino delgado e multivisceral.
Além disso, pacientes com falência intestinal terão 100% do tratamento ofertado na rede pública de saúde.
Outro procedimento será a incorporação do uso rotineiro da membrana amniótica, tecido obtido da placenta após o parto.
Esse tecido, dentro da inclusão dos novos procedimentos, pode ser destinado a pacientes queimados, em especial crianças.
Sendo assim, este procedimento favorece a cicatrização, reduz o risco de infecções e pode ajudar mais de 3,3 mil pessoas por ano, especialmente os pequenos.

Além disso, para qualificar o tratamento de reabilitação intestinal, o valor da diária foi reajustado em 400%, passando de R$ 120 para R$ 600.
Confira mais algumas novidades com os novos procedimentos:
-Realização da prova cruzada virtual, para avaliar a compatibilidade.
-Criação de critérios específicos de priorização para pacientes hipersensibilizados.
-Além disso, no campo dos transplantes de medula óssea, o teste de quimerismo (exame de DNA para ver a refeição) passa a ser ofertado de forma regular.

Veja os números expressivos da FAB neste assunto

Então, como falamos, a FAB tem um papel importantíssimo nesta questão.

Cabe a ela fazer a ligação entre o doador e o receptor, sendo que há poucas horas apenas entre uma e outra ação.
Então, além da importância do trabalho, isso faz com que os números sejam expressivos.
Entre 2016 e setembro de 2025, a FAB executou 1.988 missões de Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes (TOTEQ).
Ao todo, foram 10.926 horas e o transporte de 2.400 órgãos.
Dentro desses números, os mais frequentes foram fígado (1.130) e coração (704), seguidos por rins (335) e pulmões (136).
Outros procedimentos de doações que merecem destaque foram: pâncreas (45), baço (24), linfonodos (13), tecidos ósseos (9) e córneas (4).
Além disso, somente em 2025, foram transportados 196 órgãos, com 175 solicitações recebidas e um total de 1.140 horas e 45 minutos de voo realizados.