O Brasil tem mais celular do que habitantes

Pelo relatório da Anatel, Brasil registrou 234 milhões de acessos a dados móveis, ou seja, entenda porque temos mais celulares com acesso à internet do que habitantes

Atualizado em julho 4, 2021 | Autor: Michelle
O Brasil tem mais celular do que habitantes

O Brasil tem mais números de telefone com acesso à internet do que habitantes. É o que mostrou o relatório mais recente da Anatel.

No final de 2020 o Brasil contava com 234 milhões de acessos móveis, ou seja, chips diferentes de telefone celular, contra 211 milhões de habitantes, conforme estimativa do IBGE.

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Acesso móvel é o nome dado para os chips de celular, uma vez que eles são usados seja para conexão a internet ou serviços de voz.

A cobertura 3G ou 4G pode não ser das melhores no país, mas são 23 milhões a mais de chips de celular com acesso à internet (ou números de telefone celular) do que habitantes.

Isso quer dizer que pode haver brasileiros sem smartphone, mas há alguns com mais de um chip conectado à internet.

Na comparação com dezembro de 2019, houve aumento de 7 milhões de acessos, o equivalente a 3%.

Se você quer conferir as curiosidades deste relatório da Anatel, confira mais informações neste post.

 

Em queda desde 2015, o crescimento voltou há nove meses

Desde 2015, se registrava redução no número de acessos móveis, mas a partir de julho de 2020, todos os meses apresentaram crescimento.

A pandemia é uma das possíveis explicações para esse incremento: a transferência de atividades para o ambiente virtual resultou em aumento na compra de dispositivos de acesso à internet.

Por outro lado, muitos celulares já são vendidos atrelados à contratação de novos planos de internet, além dos serviços de voz.

Está disponível no site da Anatel, a Agência Nacional de Telecomunicações, o relatório de acompanhamento do setor.

Ali é possível avaliar o desenvolvimento da telefonia móvel no Brasil a partir da análise das quatro maiores prestadoras do serviço, que representam 96,9% do total de acessos.

 

Pandemia impactou o setor e pós-pago só foi maior a partir de setembro

O relatório apresenta dados nacionais e recortes por Estado, também por prestadora, tecnologia, tipo de produto e modalidade de cobrança.

Outra informação que o relatório trouxe é que a pandemia do novo coronavírus influenciou o ritmo de substituição dos acessos pré-pagos pelos pós-pagos.

A expectativa da Anatel, conforme a tendência registrada nos últimos anos, era de que a maioria dos acessos fosse pós-paga já no início de 2020, o que só foi registrado no mês de setembro.

Devido aos impactos econômicos da pandemia, consumidores preferiram acessos pré-pagos, que têm custo mais controlável.

A densidade da telefonia móvel fechou o ano de 2020 em 97,2 acessos para cada grupo de 100 habitantes, aumento de 1,1% em relação ao exercício anterior.

Todos os estados apresentaram aumento do indicador na comparação com 2019, à exceção de Goiás e Tocantins.

As regiões Centro-Oeste (102,02) e Sudeste (105,71) possuíam densidade superior a 100, ou seja, mais que um acesso por habitante.

 

Confira quantos km de rodovias tem cobertura de internet no Brasil

Em todos os Estados, o percentual de população que é coberta nas áreas urbanas era superior a 94% no ano passado, data deste último relatório.

As rodovias federais somavam 53.944 km no final do ano e apenas 46,4% deles, o equivalente a 25.030 km de malha viária, contavam com cobertura de tecnologia 3G ou 4G.

Em quatro Estados, o atendimento alcançava mais de 80% das rodovias federais. Está curioso para saber onde a internet é melhor nas estradas?

Você deve imaginar quais Estados são, mas duvido acertar os quatro. Vamos lá: São Paulo (91,6%), Distrito Federal (87,4%), Rio de Janeiro (85,1%) e Sergipe (83,1%).

 

Saiba qual é a operadora líder de mercado no Brasil

A composição do mercado da telefonia móvel também é avaliada no relatório.

Em dezembro de 2020, a Vivo seguia como líder do mercado, seguida por Claro e depois pela Tim. Ao longo do ano, a empresa que mais ganhou clientes foi a Claro.

As receitas operacionais da telefonia móvel sofreram queda nos dois primeiros trimestres de 2020. A recuperação só veio a partir do terceiro trimestre.

A receita decorrente do tráfego de dados (pelos acessos) foi a maior dos últimos três anos, somando R$ 14,13 bilhões.

Este número é maior que o triplo da receita decorrente dos serviços de voz, que totalizou R$ 4,08 bilhões.

Apesar do aumento da base de assinantes, do número de acessos a internet, não houve degradação da qualidade do serviço.

Pelo menos foi o que apresentou o relatório em relação as quatro maiores empresas de telefonia móvel: o índice se manteve em torno de 80%.

O mesmo relatório mostra que as operadoras conseguiram reduzir o índice de reclamações ao longo de 2020.