Caso 123 Milhas e Maxmilhas: veja o que fazer

Se você não acompanhou o que aconteceu com a 123 Milhas, veja o que fazer, sobretudo porque a Maxmilhas também entrou com pedido de recuperação

Atualizado em setembro 25, 2023 | Autor: Michelle Verginassi
Caso 123 Milhas e Maxmilhas: veja o que fazer

Se você não está acompanhando o caso 123 Milhas, se prepare para mais uma surpresa: a Maxmilhas, que pertence ao grupo, também entrou com pedido de recuperação judicial.
A 123 Milhas entrou com um pedido de Recuperação Judicial para ganhar tempo a fim de  definir uma estratégia sobre o banco de milhas que possui.
Contudo, a empresa não informou no seu pedido qual o volume desse ativo, embora se especule que a dívida seja de R$2,3 bilhões.
Desta forma, se você é um dos credores, saiba que você tem chances muito pequenas de receber os valores repassados à empresa nos últimos meses.
Então, se você quer saber o porquê disso e quer saber mais detalhes sobre a 123 Milhas e a Max Milhas, confira com a gente este post.

Saiba mais sobre a 123 Milhas e também sobre a Max Milhas

Quando se fala que as chances de reaver valores e milhas são pequenas, é porque a cotação média do mercado para cada milha é muito baixa, ou seja, R$ 0,021.
Então, se a dívida da empresa for superior a R$ 2 bilhões, isso quer dizer que ela precisaria de mais de  110 bilhões de milhas para vender, fazer caixa e, então, pagar você e todos os credores.
Então, para entender o que aconteceu com a empresa, o fato é que os credores, como o Banco do Brasil, fizeram estas contas e começaram a contestar na Justiça.
Ou seja, nos bastidores deste imbróglio, a expectativa é que em uma eventual Recuperação Judicial da 123 Milhas, há uma diferença muito grande em relação ao que deve e ao patrimônio – em milhas – que ela tem.

Entenda o que aconteceu com a 123 Milhas

Para avivar sua memória, vamos fazer um checklist de como tudo aconteceu, para surpresa do mercado e de seus credores.

-Em agosto de 2023, a 123 Milhas cancelou pacotes promocionais.
– Os clientes não foram ressarcidos em dinheiro, apenas receberam um voucher.
– Dias depois, fez uma demissão em massa.
– Mas, no mesmo mês, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial.
– Neste pedido, estão juntas a Art Viagens (nome da Hotmilhas) e Novum (holding dona das duas).
– Dias depois, veio à tona que havia uma dívida com sua coligada, a Maxmilhas, em R$ 18,9 milhões.
– Em setembro, no dia 22, a Maxmilhas também entrou com um pedido de recuperação judicial.
– Por sua vez e diferente da 123 Milhas, a Maxmilhas informou que suas dívidas somam R$226 milhões.
– Voltando um pouco no calendário, em janeiro de 2023, a 123 Milhas comprou a Maxmilhas, ambas de Belo Horizonte.

Veja a diferença do pedido de recuperação judicial da 123 Milhas e Maxmilhas

As duas empresas de milhas, que estavam atuando juntas desde janeiro, estão em crise.

Elas anunciaram que buscam um acordo com os credores para evitar a falência. Contudo, entenda as diferenças entre eles:

123 Milhas

– A 123 Milhas entrou com pedido de recuperação judicial em agosto de 2023, com dívidas de R$2,31 bilhões.
– A empresa afirmou que possui um banco de milhas de 109 bilhões de milhas, mas os credores acreditam que esse valor é inflado.

Maxmilhas

– A Maxmilhas, coligada da 123 Milhas, entrou com pedido de recuperação judicial em 22 de setembro de 2023, com dívidas de R$226 milhões.
– A empresa foi adquirida pela 123milhas no início do ano.

Veja o que fazer se você tem milhas da 123 Milhas ou Maxmilhas

Pois é, a crise das duas empresas afeta o setor de turismo brasileiro.
Os consumidores que compraram pacotes de viagem das empresas podem ter dificuldade de receber o reembolso.
Mas, afinal, o que fazer?
Não há muito o que fazer, enquanto os pedidos estão na Justiça. Uma das alternativas é aguardar as próximas definições.
O primeiro passo é: confira seu saldo de milhas e certifique-se de que você tem acesso às suas milhas e que elas estão seguras.
Além disso, acompanhe as informações da recuperação judicial.
Então, no pedido de recuperação judicial, encaminhado à 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, a 123 Milhas afirmou estar “enfrentando a pior crise financeira desde suas respectivas fundações”.
Desta forma, a empresa solicitou 180 dias de suspensão imediata de todas as execuções direcionadas contra o patrimônio dela e das empresas do grupo.
Além disso, no mesmo pedido, a 123 Milhas pediu a imediata suspensão das medidas extrajudiciais adotadas pelos órgãos de defesa do consumidor, onde as dívidas devem chegar a R$ 2,3 bilhões.
Então, por fim, aqui vão alguns passos:
-As empresas terão que apresentar um plano de recuperação judicial para os credores.
-Os credores terão que votar se aprovam ou não o plano.
-Se o plano for aprovado, as empresas terão um prazo para pagar suas dívidas.
-Se o plano não for aprovado, as empresas podem ser declaradas falidas.