Células tronco e inteligência artificial: os avanços da reprodução assistida

Cientistas anunciaram em abril o primeiro cérebro biônico criado com células tronco

Atualizado em julho 4, 2021 | Autor: Michelle
Células tronco e inteligência artificial: os avanços da reprodução assistida

A primeira pesquisa com células tronco publicada oficialmente aconteceu em 1998, realizada na Universidade de Wisconsin Milwaukee nos Estados Unidos.

Na época o assunto surgiu como sendo a solução para pacientes que enfrentavam a longas filas para transplantes de órgãos, mas levantou muita polêmica principalmente por grupos religiosos, já que na época todos os procedimentos eram feitos com células embrionárias e o grupo acredita se tratar de um ser humano em formação, além da crença de um Deus único capaz de criar a vida.

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A tecnologia avançou bastante e agora médicos e cientistas já usam células adultas para regeneração de órgãos e cirurgias estéticas.

 

O que são as células-tronco?

São células presentes no organismo antes do nascimento, mas nesse caso ainda estão no estágio embrionário. Após o nascimento, alguns órgãos retêm uma pequena porção de células-tronco, essas células são responsáveis pela renovação contínua desse órgão específico.

Essas células tem duas características:

Elas podem se auto replicar e produzir células com a mesma característica biológica.

Conseguem se diferenciar transformando-se em várias outras células em seus respectivos tecidos e órgãos.

Um exemplo são as células-tronco hematopoiéticas, que estão localizadas na medula óssea vermelha de adultos. A medula é responsável pela produção de todo o sangue e são essas células da medula que efetivamente são substituídas durante o transplante de medula óssea.

Inteligência artificial com células-tronco na reprodução assistida

 A Inteligência artificial já está sendo usada na medicina reprodutiva para avaliar as opções de embrião ou escolher o melhor tratamento para os casais terem seus bebês, contribuindo com os profissionais para tomar as melhores e mais assertivas decisões para obter mais chances de a fecundação dar certo.

Para quem não sabe, muitos casais gastam muito dinheiro com fertilização in vitro, em vários métodos usam muitos medicamentos e hormônios em inúmeras tentativas e o embrião não se desenvolve.

Nesse método, um computador registra 24 horas por dia a evolução dos embriões, sem a necessidade de retirá-los da estufa. Assim, é possível observar o desenvolvimento de cada um deles e escolher aquele que tem mais chances de sucesso e assim transferir para útero da mãe com mais garantias de gravidez.

 

Computadores com cérebro biônico

Não é mais ficção cientifica. Pesquisadores da Europa, Estados Unidos e Austrália já estão testando células-tronco em processadores de computador e outras tecnologias.

Eles querem usar o super poder de auto geração de vida, para transformar computadores e outros dispositivos em maquinas capazes de se reinventar.

Assim foi criado o projeto Neu-ChiP, uma iniciativa internacional com o objetivo principal de mostrar como neurônios vivos podem ser úteis na fabricação de processadores biônicos com inteligência artificial.

A Comissão Europeia para Tecnologias Futuras e Emergentes investiu 3,5 milhões de dólares, nesse projeto. Espera-se que resultados aparecem em pelo menos 3 anos.

O projeto já tem um perfil no Twitter https://twitter.com/neuchip

 

A ideia é que o sistema desenvolvido use apenas uma pequena fração da energia necessária para operar os sistemas de aprendizado das máquinas atuais. Para isso uma rede de células-tronco semelhante ao córtex humano é colocada em um microchip.

 

Materiais que aprendem sozinhos

 

Um estudo anterior que deu a base para esse avanço foi a computação neuro mórfica, cujo o princípio era que os processadores de computador pudessem ter o poder de avaliar informações recebidas, fazer associações e aprender com aquilo, ser capazes de desenvolver algo com as informações e melhorar a vida de quem os utiliza.

 

Quase como se um computador pudesse pensar por nós, já que é possível armazenar milhares de informações em um único microchip em segundos, o cérebro humano processa informações, mas não consegue absorver tanto em pouco tempo.

 

A ciência dos computadores com Inteligência Artificial, agora caminham para usar as nossas capacidades neurológicas, só que super acelerando todo o processo.

Seria esse o futuro dos homens biônicos?