8 Coisas Que os Cientistas Ainda Não Sabem Sobre o Novo Coronavírus

Apesar dos esforços de pesquisadores, ainda há muitas dúvidas sobre o vírus responsável pela Pandemia que mudou a rotina em todo o planeta

Atualizado em abril 10, 2020 | Autor: Michelle
8 Coisas Que os Cientistas Ainda Não Sabem Sobre o Novo Coronavírus

Quando vivemos em um período difícil, ele parece perdurar por anos, no entanto, mesmo parecendo que está consumindo os países há muito tempo, o novo coronavírus só foi conhecido por cientistas em dezembro do ano passado.

Apesar dos esforços de pesquisadores para compreenderem tudo sobre esse vírus que tem assolado o mundo e gerado uma grande pandemia, ainda há muitos fatores que não estão esclarecidos sobre ele e, certamente, todo o planeta está em busca dessas respostas.

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Separamos algumas das principais questões pendentes.

1 – Quantas Pessoas Foram Infectadas

Há mais de um milhão de casos confirmados em todo mundo, mas isso é apenas uma fração do número real, devido às diferentes políticas dos países para registrar os casos, alguns (como o Brasil) relatam somente os casos mais graves, sem contar com todas as pessoas que foram infectadas e não sabiam, permanecendo assintomáticas – pessoas que têm o vírus, mas não se sentem doentes.

De acordo com os pesquisadores, só vamos entender o quão longe essa pandemia chegou, quando os testes que detectam anticorpos ficarem prontos e toda a população se submeter a eles.

2 – Quão Letal o Vírus Realmente É

Este dado também só vai ser possível descobrir após saber a quantidade de pessoas que foram infectada, sintomáticas ou não. Só assim teremos certeza da taxa de letalidade. Até o momento, baseado em casos relatados no mundo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que 3,4% das pessoas infectadas morrem no mundo hoje com o novo coronavírus.

Atualmente, o índice no Brasil está em 4,2%, enquanto na Itália, que é o país com a maior letalidade no momento, o valor é de 12,3%, ou seja, de cada 100 pessoas contaminadas, 12 morreram. De acordo com o ministério da Saúde, nossa letalidade tende a diminuir, assim que aumentarmos a quantidade de testes que realizamos, pois assim o número de pessoas contaminadas crescerá, reduzindo o cálculo em relação às vítimas fatais da doença.

3 – Quais São os Verdadeiros Sintomas

Esse vírus é considerado um pouco enigmático pois reage diferente em cada organismo, por isso não dá para limitar seus sintomas e saber que a pessoa está infectada sem realizar um exame de sangue. Com muitos assintomáticos, por exemplo, ainda não se sabe porque algumas pessoas são mais propensas a demonstrarem algumas reações do que outras.

No mais, seus principais sintomas são febre e tosse seca. Mas, além deles foram relatados dor de garganta, perda de paladar, olfato, dor de cabeça e diarréia.

4 – O Papel Que As Crianças Desempenham na Propagação do Vírus

Nas cidades brasileiras, uma das primeiras medidas tomadas em relação ao isolamento social contra o novo coronavírus foi o fechamento das escolas. As crianças podem pegar o coronavírus, mas geralmente desenvolvem sintomas leves, ou nenhum.

Em relação à morte de crianças pelo novo coronavírus por exemplo, a OMS não publicou o número exato de mortes nessa faixa etária. No entanto, estudo de fevereiro feito pelo Centro Chinês de Controle de Doenças e Prevenção mostrou que no país, a taxa de letalidade de crianças contaminadas abaixo de 9 anos era de 0%.

Geralmente, os pequenos são super disseminadoras de doenças, pois colocam as mãozinhas em todos os lugares do playground, têm contato com muitas pessoas e beijam e abraçam muito os adultos, podendo transmitir facilmente qualquer vírus.

5 – De Onde Exatamente Veio o Vírus

O novo coronavírus surgiu em Wuhan, na China, no final de 2019, onde havia um conjunto de casos semelhantes e sua origem estava relacionada relacionada a um mercado de animais.

Spillover é um termo em inglês que pode ser traduzido como “transbordamento” e é usado no contexto da ecologia para dizer que um vírus ou micróbio se adaptou e migrou de uma espécie de hospedeiro para outra. Foi o que ocorreu com o agente infeccioso causador da Covid-19.

Oficialmente chamado Sars-Cov-2, o novo coronavírus está intimamente ligado aos vírus que infectam morcegos na China, no entanto, formulam-se duas hipóteses:

  1. O vírus passou dos morcegos para uma espécie de animal misteriosa. Alguns cientistas chineses acreditam que possa ser o Pangolim (mamífero asiático mais traficado do mundo) pois alegaram que o mesmo abriga vírus com características 90,3% semelhantes ao SARS-CoV-2, causador da Covid-19.
  2. Contato silvestre: nessas situações, seres humanos têm contato com a saliva e fezes do morcego. Vale o destaque que nenhuma dessas teses ainda foi comprovada pela ciência, por isso essa pergunta permanece uma incógnita no momento.

6 – Haverá Menos Casos no Verão?

Gripes e resfriados são mais comuns nos meses de inverno e, coincidentemente essa doença se espalhou mais sobre os hemisférios norte, que estavam nesse período. Muitos questionam sobre a possibilidade do aquecimento desses países com a chegada da primavera venha a reduzir os índices de propagação do vírus mas, consultores científicos do governo do Reino Unido alertaram que não está claro se haverá um efeito sazonal e, se houver, eles acreditam que será menor do que o de resfriados e gripes.

Mas devemos ficar atentos e continuar com os cuidados de higiene que estamos tomando, pois as “temperaturas mais altas podem tornar esse vírus menos eficaz, mas a transmissão menos eficaz não significa que não há transmissão.” Qasim Bukhari, cientista do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).

O fato por exemplo dessa transmissão estar ocorrendo no hemisfério sul antes da chegada do inverno sinaliza que este vírus pode ser mais resistente a temperaturas mais quentes do que a gripe ou outros vírus respiratórios, alertam especialistas, e por isso a OMS insiste que os países (independente do hemisfério) ajam com urgência e agressividade a fim de tentar conter o avanço da Covid-19.

7 – É Possível Ser Infectado Duas Vezes Pelo Novo Coronavírus?

Ainda há muita especulação sobre essa questão. Inicialmente, os cientistas acreditavam que grande parte da população se tornaria imune após contrair a doença, um fenômeno conhecido como: “imunidade do rebanho”.

No entanto, alguns casos foram relatados de pessoas que haviam sido curadas da Covid-19 e voltaram a apresentar os mesmos sintomas e, dias mais tarde, ao realizar o teste do vírus descobriram que estavam infectados. Ao analisar estes casos específicos, cientistas agora se questionam se esta é uma nova infecção ou se o paciente de fato ainda não havia recuperado completamente.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) disse à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) que “como se trata de um novo vírus, e sobre o qual ainda aprendemos mais todos os dias, no momento, não podemos dizer com certeza absoluta que uma pessoa infectada com o vírus não pode se infectar novamente.”

O pesquisador do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), a principal instituição de pesquisas científicas da Espanha Luis Enjuanes, acredita que “em geral, esse coronavírus imuniza a população, mas talvez a resposta imune (do corpo) não seja muito forte.” O que significa que quando a resposta imunológica do paciente diminui, o vírus que permanece em algum reservatório do corpo, reaparece.

8 – Este Vírus Vai Sofrer Mutação?

Uma coisa é fato: o novo coronavírus já sofreu mutações. Lembra-se que ele infectava apenas morcegos? Pois bem, após sofrer diversas mutações chegou aos humanos e está causando um alvoroço no planeta.

De acordo com o virologista Paulo Eduardo Brandão, expert em coronavírus e professor da Universidade de São Paulo (USP), “a evolução do vírus não para”, o que nos resta é aguardar para saber se o mesmo se tornará menos mortal, com o passar dos anos.

Ainda é importante esclarecer para todos os conspiratórios de plantão que a história de que o SARS-CoV-2 foi fabricado em laboratório chinês não tem nenhum respaldo científico. Pelo contrário. Pesquisas indicam que ao analisar geneticamente o vírus, nota-se um padrão de mutações aleatório e imprevisível, o que justifica o porque o novo coronavírus pegou todo o mundo de surpresa e se tornou tão infeccioso.