Crise do canal de Suez e seus impactos no mundo
Navio encalhado gerou atraso no transporte de mercadorias entre Ásia e os continentes europeu e americano
Por quase uma semana um cargueiro ficou encalhado no Canal de Suez.
Mas, afinal, qual a influência de um navio encalhado em um canal no Egito tem para com a economia mundial?
Não é apenas um navio e não é apenas um canal, mas uma rota comercial das mais movimentadas do mundo.
É o que você vai ler neste post. Fique por dentro de todas as implicações deste fato com relação ao petróleo e a economia mundial.
Quando aconteceu o desencalho do navio
O encalhe do navio porta-contêiner, chamado Even Given, encalhou na terça, dia 23 de março e bloqueou a passagem de navios no Canal de Suez.
Isso impediu a passagem de quase US$ 10 bilhões em mercadorias que deixaram de ser transportadas pelo canal egípcio, conforme uma seguradora alemã. Porém, os custos reais e totais ainda são difíceis de avaliar.
O desencalhe aconteceu na segunda, dia 29, dando alívio para o mundo. Na noite anterior havia quase 450 embarcações presas no congestionamento.
A paralisação numa das maiores e mais importantes hidrovias do mundo aumentou a pressão sobre as empresas transportadoras de contêineres.
Durante quase uma semana houve atrasos relevantes, pois o impasse na passagem de navios cargueiros impediu o fluxo de importação da Ásia.
Números gigantes do cargueiro encalhado
A embarcação japonesa encalhou após ser atingida por ventos de 50 km por hora ao entrar no canal. O motivo do encalhe está sendo investigado.
Essa demora no desencalhe não foi à toa, o navio que tem 400m de comprimento,50m de largura e estava carregando 18 mil contêineres.
Toda esta carga era do tamanho equivalente a um grande arranha-céu tal como o Empire State de Nova York, que possui mais de 100 andares e mais de 340m de altura.
Outra comparação feita é que o tamanho do navio equivale a quatro campos de futebol.
Uma das maiores rotas comerciais do planeta
A tensão que se instalou no Canal de Suez faz sentido, afinal, o canal é responsável pelo maior fluxo de mercadoria entre Estados Unidos e China.
A crise ocasionada aumentará o temor no Canal de Suez e deverá aumentar os desafios logísticos, elevando as taxas de fretes, e aumento dos preços.
Várias alternativas tinham sido elencadas para não agravar a crise, desde descarregar as mercadorias do navio encalhado e transportar para outras embarcações, até mesmo fazer o desvio de rota dos navios que estavam aguardando para atravessar o canal.
De uma forma ou de outra, tudo fez demorar mais o transporte das mercadorias, aumentando custos de forma significativa.
Quais as implicações da crise no Canal de Suez
O Canal de Suez é responsável por 12% de toda a economia mundial e 2% do PIB do Egito. Passam por ali, aproximadamente 1 milhão de barris de petróleo.
São cerca de 190km de canal, ligando os mares Mediterrâneo e vermelho, encurtando o caminho entre Europa e Ásia.
Não fosse este canal, todos os cargueiros que saírem dos EUA para a China teriam que contornar a África e vice-versa. Isso, porém, aumenta em 6 mil km o trajeto e em oito dias de viagem a mais.
Da mesma forma, navios europeus. Através destes dois exemplos você tem ideia da importância e do quanto este canal encurta caminhos.
A paralisação prejudicou o mercado de commodities como o trigo e o minério de ferro, principalmente o transporte de petróleo e outras matérias primas para a fabricação de diversos produtos.
Mas não afetou apenas grandes economias globais, mas até mercados nacionais. Para se ter uma ideia, até o café acabou prejudicado, visto a quantidade de carga de cafés presos no Canal de Suez.
Ou seja, um cargueiro trancado há milhares de quilômetros daqui, pode implicar no preço ou na falta do café que você toma todas as manhãs.