Dumpster diving vivendo do lixo
Você já ouviu falar de pessoas que se alimentam, usam roupas, sapatos e outros objetos que encontram no lixo, mas não são moradores de rua?

Necessidade ou oportunidade
A tradução significa “mergulhando no lixo”, esse movimento começou nos Estados Unidos, por algumas pessoas que passavam por necessidades financeiras, e viram a oportunidade ao se depararem com a quantidade de alimentos desperdiçados por grandes supermercados e restaurantes. Muitos passaram a saquear caçambas de lixo para pegar a comidas lacradas, dentro do prazo de validade, ainda em perfeito estado para o consumo. Mas logo perceberam que não era só comida boa que estava sendo jogada fora. Com alto consumismo americano e a facilidade de comprar coisas novas, essas pessoas começaram a encontrar coisas valiosas e em boas condições, e até mesmo novas ainda com etiqueta. Objetos como roupas, sapatos, e até eletrodomésticos.
O americano já possui a cultura de colocar móveis e objetos que eles não querem mais, nas calçadas de suas casas com um recado informando que o objeto pode ser levado, porém revistar as lixeiras de residências e lojas é bastante diferente. Nesse caso há uma invasão de privacidade, pois alguns objetos e papéis que vão para o lixo podem conter informações pessoais como endereços, números de contas bancárias, senhas, e outras informações que ao caírem em mãos erradas podem causar muitos problemas, sem contar que a prática não é muito bem vista porque muitos vasculhadores de lixo deixam toda a sujeira para trás.
A influência da internet
O movimento foi ganhando mais adeptos, algumas pessoas que não possuíam necessidades financeiras passaram a vasculhar lixeiras em busca de alimentos e outros objetos, começaram a economizar e não fazem mais compras no supermercado, hoje vivem e se alimentam somente do que encontram nos lixos dos supermercados e lojas de departamento. Existem casos de americanos que mesmo com seus empregos formais, passaram mergulhar nas lixeiras, em busca de encontrar objetos e alimentos para vender, alguns relatam que ganham mais dinheiro com a venda desses produtos, do que com seu próprio salário.
Logo essa prática foi parar no YouTube, surgiram muitas pessoas gravando vídeos fazendo esse tipo de conteúdo. É possível encontrar vídeos de brasileiros que residem nos Estados Unidos, fazendo a mesma caçada ao lixo.
Rosane Quirino
Ela tem mais de 48 mil inscritos, e mostra tudo que é possível encontrar nas lixeiras americanas.
https://www.youtube.com/channel/UCiYQRk6YZT6Pf_T7ZzyHhYA
Familia Schinemann
Um casal de brasileiros com 4 filhos, morando nos Estados Unidos e praticantes da Dumpster Diving
https://www.youtube.com/channel/UC5mbdMnTR5QX0QQRb7lUXwQ/videos
Luara Barccaro
Luara tem 412 mil inscritos, mostra a rotina dela de Dumpster em forma de vlog.
https://www.youtube.com/c/LIFECOACHLuaraBarccaro/featured
A motivação pra fazer a caçada ao lixo, é a mais variada. Poderíamos pensar que é uma forma de combater o consumo desenfreado que é uma visão do freeganismo, porém no Dumpster diving, pessoas levam isso como profissão, criando em suas garagens uma revenda de objetos jogados no lixo, repassando o consumo adiante a um lucro de 100%. Outros relatam que fazem doação entre vizinhos que aceitam comer a comida encontrada no lixo, e muitos promovem seus vídeos na plataforma do Youtube.
Mergulhar no lixo dos outros é legal?
Isso vai depender de cada lugar, essa pratica não acontece somente nos Estados Unidos, na Europa, Australia e até no Brasil existem pessoas fazendo isso. Na Inglaterra uma pessoa foi presa vasculhando lixo, nos Estados Unidos em alguns estados é proibido, mas isso acontece por uma questão de segurança na privacidade de informações do dono do lixo, e em nenhum lugar por motivos sanitários.
Mesmo com o risco do Corona Vírus, essas pessoas continuam revirando os lixos em busca de alimentos e objetos, sem saber se quem os manipulou anteriormente estava contaminado. Além disso existem outras vírus e bactérias que podem ser encontrados nesse tipo de ambiente, colocando em risco a saúde de todos, deles mesmos, e das pessoas a quem eles forem repassar.