Entenda porque a Argentina foi escolhida para sediar ‘fábrica’ de bitcoin

Veja os motivos que levaram para a Argentina a ‘fábrica’ de bitcoin neste investimento de US$ 45 milhões

Atualizado em junho 3, 2022 | Autor: Michelle
Entenda porque a Argentina foi escolhida para sediar ‘fábrica’ de bitcoin

Uma empresa britânica anunciou investimento de US$ 45 milhões na construção de uma fábrica na Argentina.
E não é uma indústria comum.
Trata-se da construção de um polo de mineração de criptomoedas na região de Zapala.
O anuncio foi feito pela empresa FMI Minecraft Management, sediada na Inglaterra, mas que pertence a brasileiros.
Mas, afinal, o que levou um brasileiro e sua empresa britânica a investir na Argentina?
Entenda os motivos e todas a nuances do negócio lendo este post.

Saiba tudo sobre o investimento na ‘fábrica’ de bitcoin

O investimento de US$ 45 milhões na construção de uma ‘fábrica’ de mineração de criptomoedas está dando o que falar na internet.
Este valor, convertido, gira em torno de R$ 225 milhões para minerar bitcoin na Argentina.
A instalação será na zona franca de Zapala, na Argentina.
Para isso, a ‘fábrica’ ou mineradora deve usar 30 mil computadores de US$ 8 mil cada um.
A indústria vai levar de 10 a 11 meses para ficar pronta.
A empresa pretende minerar de 30 a 50 bitcoins por dia, ou seja, fabricar de 30 a 50 unidades de criptomoedas todos os dias.
Uma análise inicial sobre o total da geração de criptos prevista, mais as taxas de transação, levam ao resultado de quase US$ 2 milhões por dia em receita bruta.
Ou seja, sem descontar os custos de instalação e de manutenção, a usina de criptomoeda dos brasileiros deve gerar algo em torno de R$ 10 milhões por dia.

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Saiba quem são os brasileiros da ‘fábrica’ de bitcoin

A empresa é britânica, mas é o brasileiro John Blount o fundador e CEO da empresa. Além dele, Eduardo Meyer também é sócio da FMI.
Blount é morador de Florianópolis, Santa Catarina, mas escolheu a província de Neuquén, na Argentina, dentro da Zona Franca de Zapala, devido aos benefícios recebidos.
Entre eles, a empresa terá isenção de impostos e o baixo custo da energia.
Para se ter ideia, antes de colocar a estação de mineração em funcionamento, os brasileiros vão ter que construir e reformar mais de 50 km de gasodutos para gerar energia que seria suficiente para abastecer 500 mil residências.
Isso é o que vão consumir os 30 mil computadores modernos, para a operação de mineração de bitcoin.

Veja porque a Argentina foi escolhida para sediar ‘fábrica’ de bitcoin

A Argentina foi o país escolhido por conta da política fiscal na zona franca.
Além disso, há energia de sobra para abastecer os computadores que farão a mineração.
Conforme os sócios da empresa, a ideia é usar o gás dos campos de Vaca Muerta, ilimitado na região, pois é a segunda maior reserva do mundo.
Segundo John Blount, o governo argentino prestou apoio fundamental para o projeto decolar.
Por exemplo, a construção do gasoduto, que depende de concessão do governo para ser feito pela iniciativa privada.
Outra questão que levou os brasileiros ao país vizinho é a importação dos computadores.
No Brasil ainda é muito difícil importar o equipamento específico para montar uma mineradora de criptomoedas.
Além disso, o Brasil ainda precisa de uma legislação sobre o tema, inclusive, com isenção fiscal para máquinas de mineração.
Pelo menos, é o que esperam os sócios da FMI, para investir em algo parecido no país em um futuro próximo.

Entenda sobre a ‘fábrica’ de bitcoin, a mineração de criptomoedas

Na mineração de criptomoedas sempre se fala do custo da energia, porque nesta operação, ela é o ativo mais caro.
E na Argentina, o custo do KW/hora vai ser um dos mais baratos do mundo, abaixo de 3 centavos de dólar.
Para se ter uma ideia, inicialmente o objetivo da FMI é construir gasoduto para gerar 114 megawatts (MW) de potência, chegando, no segundo ano, 250 MW.
Para comparar, a cidade de Neuquén, onde a ‘fábrica’ de bitcoin será instalada e capital da província, tem cerca de 250 mil habitantes e consome 250 MW.

Saiba o que significa mineração de criptomoedas

A mineração de criptomoedas é o processo de validação e inclusão de novas transações no blockchain.
Mas, afinal, o que é blockchain?
É o banco de dados público que registra o histórico de movimentações dos usuários.
E o resultado disso é que novas moedas digitais são criadas.
Para você entender, a mineração usa hardwares modernos, que resolvem problemas computacionais extremamente complexos.