Inflação brasileira cresce 0,64% em setembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o medidor da inflação no país, registrou um aumento de 0,64% no mês de setembro.
O aumento foi divulgado nesta sexta-feira, 9 de outubro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o aumento, o IPCA acumulado chegou aos 3,14%. Com isso, a inflação ainda segue abaixo da meta do governo, que é de 4%, mas está acima do piso, que é de 2,5%.
O cálculo do IPCA tem como base a cesta de consumo das famílias, que possuem de um a até 40 salários mínimos.
Alimentos e transportes foram os setores com maior alta
O aumento no preço dos alimentos foi o que mais impactou o crescimento do IPCA. O óleo de soja e o arroz são os produtos que tiveram a maior alta. Os produtos tiveram um aumento de 27,54% e 17,98%, respectivamente.
O arroz e o óleo de soja não foram os únicos produtos da cesta que registraram alta no preço. Além deles, o tomate (11,72%) o leite longa vida (6,01%) e a carne (4,53%), tiveram uma alta considerável.
Entretanto, o preço de alguns alimentos sofre queda nesse mesmo período. Foi o caso da cebola (-11,80%), da batata inglesa (-6,30%), do alho (-4,54%) e das frutas (-1,59%).
O setor dos transportes ficou em segundo lugar entre as áreas analisadas pelo IBGE. O preço da gasolina, que foi o produto que teve a maior alta dentro do setor, subiu em 1,95% no mês de setembro.
Setor de vestuário registra alta e setor de serviços ainda acumula deflação
Os dados do IBGE também mostraram alguns dos setores mais afetados pela pandemia registraram um alta significativa.
Esse é o caso do setor de vestuário, que registrou uma alta no preço em 0,37%, após quatro meses de queda consecutiva. O aumento pode estar relacionado à reabertura do comércio.
Sendo assim, o aumento dos preços no setor de serviços também sugere a recuperação econômica da área, apesar de que ainda há deflação acumulada.
Os serviços que tiveram maior alta nos preços foram os restaurantes (0,82%), passagens aéreas (6,39%) e o aluguel de veículos (1,97%). Já os serviços que acumularam maior deflação, são os serviços de costureira (-0,57%), hospedagem (-0,47%), cabelereiro (-0,37%) e custos diversos (-0,77%).
Todas as regiões brasileiras registraram alta nos preços
O IBGE pesquisa 16 estados brasileiros para realizar o cálculo do IPCA. No mês de setembro, o levantamento constatou que a capital de todos os estados pesquisados tiveram uma alta nos preços.
Campo Grande foi a capital que registrou o maior índice em setembro, 1,26%. Em seguida, veio Fortaleza (1,22%) e Rio Branco (1,19%). Salvador foi a capital que registrou o menor índice de inflação, 0,23%.
A seguir, veja o índice registrado em todas as regiões pesquisadas:
- Aracaju (SE) – 0,73%
- Belém (PA) – 0,95%
- Belo Horizonte (MG) – 0,76%
- Brasília (DF) – 0,37%
- Campo Grande (MS) – 1,26%
- Curitiba (PR) – 0,71%
- Fortaleza (CE) – 1,22%
- Goiânia (GO) – 1,03%
- Grande Vitória (ES) – 0,83%
- Porto Alegre (RS) – 0,68%
- Recife (PE) – 0,78%
- Rio Branco (AC) – 1,19%
- Rio de Janeiro (RJ) 0,62%
- Salvador (BA) – 0,23%
- São Luís (MA) – 1,00%
- São Paulo (SP) – 0,44%
Metas e previsões de inflação
Apesar de que o preço dos alimentos, e demais produtos mencionados anteriormente, sofreram um aumento considerável, o IPCA, até o momento, está abaixo do esperado para o ano, que é 4%, e também está acima do piso, que é de 2,5%.
A meta e piso da inflação são fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. Para que a inflação fique dentro da meta estabelecida, o Banco Central pode elevar ou reduzir o percentual da Taxa Selic, que é taxa básica de juros da economia brasileira.
De acordo com as regras do índice, o IPCA pode variar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja descumprida. Dessa forma, a meta só é descumprida se o IPCA acumulado atingir um índice maior que 5,5% no final do ano.
Se a meta não é cumprida, é obrigação do Banco Central publicar uma carta pública, para explicar o porquê do descumprimento.
Apesar de que o valor do IPCA sugere que a economia está sob controle, os consumidores mais pobres. De acordo com o Índice de Preços do Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que é feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o preço dos produtos e serviços consumidos por famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos subiram em 4,54%, atingindo um índice maior do que o IPCA.