Justiça de São Paulo decreta falência da Saraiva

Veja o que vai acontecer agora com a falência da Saraiva e entenda como será o pagamento das dívidas e o que acontecerá com as ações

Atualizado em outubro 9, 2023 | Autor: Michelle
Justiça de São Paulo decreta falência da Saraiva

A Justiça de São Paulo decretou a falência da Saraiva.
A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais decretou a falência da Livraria Saraiva na sexta-feira, dia 6 de outubro.
O processo é antigo, pois a empresa já estava em recuperação judicial.
Contudo, nos últimos meses, a empresa pediu a própria falência por não ter condições de pagar suas dívidas.
Conforme o processo, a dívida já somava R$ 674 milhões, cerca de 40 vezes o valor de mercado da companhia, que é listada na Bolsa de Valores de São Paulo.

Então, confira este post com a gente, saiba como ficam as ações da empresa e todos os detalhes, como o fato dos acionistas serem os últimos a receber.

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Veja o que vai acontecer agora com a falência da Saraiva

Com a falência da Saraiva, a empresa simplesmente deixa de existir.
Sendo assim, todos os seus bens passam a integrar a massa falida.
E, então, um administrador judicial vai gerir a massa falida e efetuar vendas de capital e bens para liquidar dívidas.
Ou seja, a grana obtida pela massa falida será repassada aos credores, para quitar parte da dívida financeira.
Desta maneira, a prioridade são as dívidas trabalhistas.
Ou seja, os credores trabalhistas vêm em primeiro lugar na fila.
Em seguida, vem os créditos com garantia real, os tributários e então os quirografários.
Acompanhe, então, um breve resumo com 5 destaques desta notícia sobre a falência da Saraiva:
1-Saraiva pede falência por não conseguir pagar dívidas, que são 40x maiores que o valor de mercado da empresa
2-Massa falida será gerida por administrador judicial
3-Credores terão prioridade para receber
4-Bens da Saraiva são avaliados em R$ 674 milhões
5-Ações da Saraiva caíram 99% desde estreia na bolsa

Veja a lista de bens da Saraiva

Nos documentos da recuperação judicial, a Saraiva já não possuía nenhum imóvel.
Desta forma, dentre os bens da empresa estão:
-Bens móveis (máquinas, equipamentos, móveis): R$ 15 milhões
-Estoque de 486 mil livros, 108 mil itens de papelaria e 28 mil itens de outras mercadorias: R$ 21 milhões
-Valor a ser recebido em processos judiciais: R$ 250 milhões

Saiba como estava o desempenho das ações com a falência da Saraiva

As ações da Saraiva na B3, obviamente, não estavam bem.
Além disso, o último dia de negociação dos papéis da Saraiva em bolsa foi a quarta-feira (4).
No pregão deste dia, os papéis da Saraiva fecharam em R$ 1,60.
Mas, com a recuperação judicial da empresa e, antes disso, com os problemas financeiros já anunciados, as ações acumularam quedas.
Foi uma queda de, pelo menos, 30% desde o início de 2023.
Contudo, em um ano, os papéis SLED4 acumularam baixa de 60%.
Sendo assim, estão 99% menores desde sua estreia na bolsa, em meados de maio de 2006.

Mas, antes disso acontecer, os acionistas receberam retorno sobre as ações.
Contudo, esse valor é muito inferior ao que investiram na companhia, mas, pelo menos, é mais que zero ou que ficar a ver navios.
Desta forma, com ações não sendo mais negociadas na B3, os acionistas deixam de ser detentores de títulos de participação.
Ou seja, quem é acionista passa a ser apenas titular de créditos sem qualquer preferência.
E, como já falamos acima em relação à prioridade no pagamento das dívidas, os acionistas são os últimos a receber, em comparação aos credores na ordem de pagamento de dívidas.