Avanço na Medicina Cura Duas Pessoas Soropositivo no Mundo

Através de uma reconstrução do sistema imunológico, o segundo homem do mundo é curado da Aids.

Atualizado em março 12, 2020 | Autor: Michelle
Avanço na Medicina Cura Duas Pessoas Soropositivo no Mundo

O HIV é uma doença conhecida e bastante temida por todos, por não ter cura. Transmitida sexualmente, o ser humano é infectado logo após o contato direto sem o uso de preservativo. Com uma característica agressiva, os índices de mortalidade nos anos 90 eram extremamente altos, por falta de medicamento e principalmente de conhecimento. 

A partir de 1996, O Ministério disponibilizou medicamentos antirretrovirais (que enfraquecem o vírus do sistema imunológico) para um tratamento universal, que resultou no impacto direto a qualidade de vida dessas pessoas. Contudo, um americano chamado Timothy Brown (Paciente de Berlim) foi a primeira pessoa do mundo a ser curado do HIV.

Anúncios


Ele descobriu a doença em 1995, e sobrevivia através de seus remédios diários, porém em 2006, o mesmo passou mal e descobriu que estava com leucemia. O médico que o atendeu, ocorreu um transplante de medula óssea, que resultou na destruição de todas as defesas imunológicas do corpo, e logo após, houve a introdução de células tronco de um doador, para fazer a reconstrução do sistema imunológico.

Segundo a  Agência Brasil, Adam Castillejo, do Reino Unido, tornou-se a segunda pessoa curada do HIV e está livre do vírus há dois anos. De acordo com estudo publicado na revista The Lancet HIV, isso ocorreu depois de terminada a terapia antirretroviral e de já não haver necessidade de medicamentos. O homem de Londres foi submetido a um transplante de células estaminais, procedimento utilizado para tratar casos de linfoma. O doador tinha uma mutação conhecida como CCR5-delta 32, que o tornava resistente ao vírus da aids.

“As nossas descobertas mostraram que o sucesso do transplante de células estaminais como cura para o HIV, relatado pela primeira vez há nove anos no paciente de Berlim, pode ser replicado”, afirmou Ravindra Gupta, principal autor do estudo. Segundo os autores da pesquisa, esse homem representa “um passo em direção a uma abordagem de tratamento menos intensiva”.

Ao contrário do que aconteceu com o “paciente de Berlim”, Castillejo foi submetido apenas a um transplante em vez de dois. Além disso, não fez radioterapia como parte do seu tratamento. Apesar disso, os autores do estudo alertam para o uso amplo desse procedimento, dada a natureza invasiva do tratamento experimental.

“É importante observar que esse tratamento é de alto risco e usado apenas como último recurso para os pacientes com HIV que também têm neoplasias hematológicas, com risco de vida”, explicou o Gupta, acrescentando que “esse não é um tratamento que seria oferecido a pacientes com HIV que estejam em tratamento antirretroviral bem-sucedido”.

Como Castillejo ainda é apenas o segundo paciente a passar pelo tratamento experimental com sucesso, os autores alertam que ele precisará de um monitoramento contínuo, mas menos frequente, para o caso de reemergência do vírus.

Em entrevista ao The New York Times, Castillejo disse que decidiu revelar sua identidade “após anos de tratamentos difíceis e momentos de desespero. “Esta é uma posição única para se chegar, posição única e muito humilhante”, disse Castillejo. “Quero ser um embaixador da esperança”, acrescentou.

Kat Smithson, diretora de Políticas do National AIDS Trust, cumprimentou o paciente por compartilhar a sua experiência, lembrando que existe um estigma em torno do HIV, que pode dificultar a procura de ajuda por parte de algumas pessoas.“A história dele ajuda a aumentar a consciencialização necessária sobre o HIV, mas mais ampla do que isso, é uma história sobre a incrível resiliência, determinação e esperança”, afirmou Smithson.