Na Calada da Noite, Bolsonaro decide Privatizar Segunda Maior Empresa do País

A BR Distribuidora teve 30% de suas ações vendidas pelo valor de R$ 8,5 bilhões, porém, a venda teria sido feita em segredo e só foi anunciada no dia seguinte

Atualizado em março 21, 2021 | Autor: Michelle

O governo acaba de entregar o controle da BR Distribuidora. O atual presidente do país anunciou que na noite de quarta-feira (24) havia vendido 30% das ações da BR Distribuidora pelo valor de R$ 8,5 bilhões. E isso poderia ser maior, totalizando 35% que ficaria no valor R$ 9,6 bilhões. Isso diminuiria 37% a sua participação na “joia da coroa”.

O ex-deputado teria feito tudo isso na calada da noite e só anunciado no outro dia. A Petrobrás anunciou que privatizou “291.250.000 Ações, além de 58.250.000 Ações Adicionais, ao preço por Ação de R$24,50, perfazendo o montante de R$8.562.750.000,00. Por meio da Oferta a Petrobras realizará a venda de ações correspondentes a 30% do capital da BR Distribuidora, passando a deter 41,25% do seu capital após a conclusão da operação“. Nota recebida do conselho.

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E eles não param por aí, em uma segunda nota o conselho Administrativo da Petrobrás continua. Nos termos do artigo 24 da Instrução CVM 400, a quantidade de ações ofertada no âmbito da Oferta, poderá ser acrescida de um Lote Suplementar de até 43.687.500 Ações (sem considerar as Ações Adicionais), nas mesmas condições e ao mesmo preço por Ação das Ações inicialmente ofertadas. Caso haja a colocação integral do Lote Suplementar, o montante da Oferta poderá chegar a R$9.633.093.750,00 e a participação da Petrobras poderá ser reduzida para 37,50% do capital da BR Distribuidora“.

BR Distribuidora

A BR Distribuidora foi criada em 1971, é a maior empresa de distribuição de petróleo e companhia. Ela atende todo o mercado interno. No ano de 2017, o governo Temer privatizou 29% dessa empresa por R$ 5 bilhões. Até então a era 100% estatal. Na época muitas pessoas criticaram a atitude do ex-presidente. Muitos economista mostraram então que aquele “negócio” não foi beneficente para o país.

No primeiro três meses deste ano, a empresa teve um crescimento de 93,1%,no seu lucro líquido. E isso tudo apesar da política de desmonte Damião estatal brasileira, criada pelo governo Bolsonaro.

Resultado:

Como dito antes, em 2017 muitos economistas questionaram o ex-presidente, e agora questionam o atual pela venda das ações. O economista Henrique Jager, ex-presidente da Fundação Petrobrás de Seguridade Social e atual pesquisador Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) deu um depoimento falando sobre esse acontecimento, e não foi muito positivo. Confira:

“Estes resultados foram obtidos apesar da crise econômica que assola o país desde 2014, responsável pela redução do consumo aparente de derivados, bem como das políticas internas da Petrobras que pressionaram a margem da comercialização dos segmentos de refino e, consequentemente, da distribuição.” Após isso ele citou:
“Como exemplo, pode-se citar o aumento da capacidade ociosa das refinarias, que atingiu cerca de 30% no final de 2018, ampliando significativamente o volume de derivados importados e o preço do petróleo de transferência do segmento de exploração e produção para as refinarias da Petrobras, que passou da média de 105% do preço do barril do Brent para 130%, no último trimestre de 2018, de acordo com levantamentos do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep)”

E concluiu falando que através desses número, não é possível justificar a privatização dessa companhia.