É possível negociar suas dívidas com o banco?

Muitos brasileiros utilizam o cartão de crédito principalmente pelo motivo de poder adiar o pagamento de algumas compras, mas isso acaba sendo perigoso em algumas situações, justamente porque, quando a fatura chega, o dinheiro ainda não chegou.

Nesse cenário, entra também os serviços de créditos bancários, que podem ser usados como ferramentas para “alavancar” alguns desejos pessoais, como financiar um carro ou dar entrada em uma casa. Porém, cada serviço tem um objetivo e deve ser planejado seu uso para evitar descontroles e negociação de dívidas.

Não existe cartão de crédito mágico ou empréstimo milagroso que acabará com seus problemas financeiros. Todos eles serão uma solução a curto prazo e que deverá ser devolvido, depois, ainda com juros.

Na pandemia da COVID-19, essa ferramenta foi ainda mais utilizada que nos anos anteriores pelos brasileiros. De acordo com o estudo “O papel do crédito em um momento de retomada”, feito pela Serasa, em parceria com a Opinion Box, 79% dos entrevistados usaram algum tipo de crédito durante a crise agravada pela pandemia.

O cartão de crédito ainda teve um papel importante nesse momento, visto que foi o que possibilitou 62% das compras em itens básicos, a exemplo os produtos de higiene e alimentos.

Consequências

Junto com essa mãozinha que o banco pode oferecer, muitas vezes tem também um empurrãozinho. Não é para generalizar, já que muitas instituições oferecem soluções mais acessíveis, mas também existem aquelas que cobram juros altíssimos e endividam ainda mais o indivíduo que utilizou o serviço de crédito.

Sabemos que nós, brasileiros, temos um péssimo hábito de gastar mais do que temos e fazer dívidas sem pensar muito, o que traz grandes consequências para a vida financeira depois, né?

Sabemos também que você não está lendo esse texto sem motivos, e, tendo em mente que você pode ser uma dessas pessoas, listamos algumas dicas e fatos que você precisa saber para negociar sua dívida com o banco.

Saiba o que está no seu contrato

Antes de começar a traçar um plano, você tem que saber onde se meteu e que tipo de acordo você assinou. Para saber disso da melhor forma possível, não tem outra saída a não ser ler o contrato assinado. Mas essa leitura precisa ser cautelosa, com atenção, em que você possa procurar irregularidades como juros abusivos ou algo que possa ferir o código de defesa do consumidor.

Tenha o pé no chão

É importante traçar um planejamento do seu orçamento e do que está ao seu alcance. Entenda que este será um momento de sacrifícios extra e tenha em mente qual é o valor máximo das parcelas que você pode pagar e controle o máximo possível. Quando tudo estiver calculado você terá mais uma informação útil para o momento de negociar dívidas.

Saiba dos seus direitos

Nesse momento, alguém pode tentar se aproveitar da situação frágil de devedor para lhe oferecer acordos ruins ou até mesmo te empurrar novos serviços em vez de renegociar a dívida.

É difícil, mas não se intimide pelo banco ou pelas propostas do gerente. Por isso é importante saber dos seus direitos, pois você está lá para conseguir o melhor acordo possível para ambos.

Tenha um plano B

O banco pode simplesmente não querer sua proposta e acreditar que você possui condições de arcar com uma dívida fora do seu alcance. Nessa hora, é importante tentar outras opções de renegociação da dívida.

Outras opções de renegociação:

• Empréstimo consignado

Você sabia que os juros de um empréstimo consignado é bem menor que os juros de um cartão de crédito? Ou seja, caso você esteja em uma situação complicada com dívidas com banco, é possível pedir um empréstimo consignado mais fácil de pagar, ao invés de renegociar sua dívida.

Além disso, o empréstimo consignado é descontado direto na folha, não tem como atrasar ou deixar de pagar um boleto, entende?

• Aproveite os mutirões

Existem diversos feirões promovidos por órgãos públicos e grandes empresas para facilitar a vida de quem deseja negociar sua dívida de maneira rápida, com boas condições e sem burocracia.

Pode acabar sendo melhor ir a um feirão do que diretamente ao banco. Dessa forma, você pode conseguir melhores benefícios do que na própria agência.

• Acordo judicial

Caso você não tenha mais saída, tente realizar um acordo de forma amigável. Existem métodos de acordos judiciais no poder judiciário que favorecem ambas as partes de forma benéfica, por isso, é importante se informar com o fórum mais próximo para saber quais são as possibilidades.

E, depois disso: endividamento nunca mais!

Depois disso, você aprendeu que deixar as coisas para depois não é uma boa escolha. Então, quando quitar todas as pendências, lembre-se do que passou nesse momento difícil e evite novas problemas no futuro.