Nova recomendação do uso de máscaras

As novas variantes do coronavírus estão fazendo as autoridades mundiais aplicarem medidas mais severas sobre o uso das máscaras, mesmo com a vacinação em andamento

Atualizado em maio 4, 2021 | Autor: Michelle Verginassi
Nova recomendação do uso de máscaras

Há um ano atrás, quando a vacina ainda era uma remota esperança, muitas pessoas imaginavam que quando a vacinação começasse, todos nós finalmente ficaríamos livres da incômoda máscara. Porém, não é isso que parece estar acontecendo ou irá acontecer. Com o surgimento de novas variantes na Inglaterra, na África, e também no Brasil, cerca de 239 cientistas apresentaram para OMS uma pesquisa mostrando que o contágio está muito maior e mais rápido devido a contaminação pelos chamados aerossóis, uma partícula microscópica, menor que as gotículas que saem da nossa boca ao tossir e espirrar, que é capaz de passar facilmente pelas máscaras de pano, e ainda que os aerossóis permanecem no ar por algumas horas.

Com isso, o questionamento sobre as máscaras de tecido não serem mais efetivas na prevenção do corona vírus, fez alguns países começaram a exigir o uso de máscara profissionais em ambientes fechados com o fluxo maior de pessoas. Na França, o uso dos modelos N95 e PFF2 passaram a ser obrigatórios. Em outros países, o uso das dessas máscaras passou a ser a principal recomendação. Nos Estados Unidos, as autoridades de saúde do governo divulgou testes realizados que comprovaram a eficácia em 95% dos aerossóis serem bloqueados com o uso de 2 máscaras, sendo a primeira cirúrgica e por cima a de pano. Essa passou a ser a exigência preventiva nos Estados Unidos, para que as pessoas frequentem lugares públicos.

As máscaras N95 e PFF2 são reutilizáveis, mas alguns cuidados são necessários. Após a utilização, deve-se deixar a máscara em local arejado, mas sem contato com o sol, não precisa lavar nem borrifar álcool, apenas aguardar 2 dias para poder reutilizar. A durabilidade vai ficar por conta do elástico, e se a forma da máscara, que possui um arame no dorso nasal ainda estiver bem ajustada ao rosto. É preciso entender que as máscaras de pano normalmente são produzidas artesanalmente, não se ajustam bem ao rosto e o tecido muitas vezes permite que os aerossóis ultrapassem essas fibras.

Além dessa preocupação com as variantes atuas, existem grandes chances de ocorrerem mais mutações e as vacinas que estão sendo aplicadas ao redor do planeta estão em uso de caráter emergencial, não tendo como garantir sua eficácia para uma imunização prolongada. Isso quer dizer que mesmo pessoas vacinadas podem contrair o vírus, e ainda, as vacinas atuais podem não ter efeitos significativos para essas mutações. A OMS já sugeriu que até que se encontre uma cura, ou uma vacina definitiva, é provável que precisemos tomar doses anuais, como acontece com a Influenza, que é aplicada em idosos todos os anos. Se o quadro permanecer dessa forma, o uso das máscaras ainda será necessário por um bom tempo.

 

Como fica o uso no Brasil

Por enquanto, a Anvisa se posicionou de uma forma semelhante à da OMS, que não exige que as máscaras profissionais devam ser obrigatórias, mas recomenda que em situações de ambientes fechados com fluxo de pessoas e pouca ventilação as pessoas devam usar a N95 ou PFF2, como caso de quem precisa usar o metrô e outros transportes públicos, além de supermercados farmácias e hospitais.

Para a OMS, o uso de máscara de tecido pode continuar sendo utilizado, mas precisa ter 3 camadas, para uma proteção melhor contra a passagem do ar.

Por fim, mesmo os países que estão com medidas mais duras com relação ao uso das máscaras, o restante do protocolo de segurança ainda deve ser seguido: higienizar bem as mãos e manter o distanciamento.