O desemprego aumentou

Entenda que em 10 anos, o PIB caiu 5,5%; isso significa que a economia retrocedeu, com uma indústria menor e menos geração de emprego

Atualizado em agosto 3, 2021 | Autor: Michelle
O desemprego aumentou

A economia brasileira tem sofrido diversos percalços. E não é apenas por conta da pandemia.

A desvalorização da moeda nacional frente ao dólar e os efeitos da pandemia tem encolhido os fatores de crescimento. Isso tudo, a partir de 2020.

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Depois de uma queda grande no PIB em 2020, neste ano, a economia mostra sinais de aquecimento, com a previsão de um PIB positivo.

Porém, o desemprego continua com números expressivos. É cada vez maior o número de pessoas sem carteira assinada.

A economia não tem ido bem nos últimos anos e a culpa não pode ser apenas do coronavírus.

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Muitos impostos, excessiva burocracia, insegurança jurídica, falta de malha viária para a produção tem sido alguns problemas que amarram o desenvolvimento do país. E lá na outra ponta, isso arrebenta do lado mais fraco: gerando desemprego.

Veja porque o Brasil caiu da 6ª maior economia para a 13ª

Nos idos de 2011, o Brasil ocupou a sexta posição mundial no ranking das maiores economias.

Este índice foi feito através de levantamento do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR).

Na época, foi considerado o produto interno bruto em dólares, comparando os países entre si.

Ocorre que a mesma pesquisa, realizada 10 anos depois, despencamos e agora ocupamos a 13ª posição neste mesmo mesmo ranking.

Entenda quais fatores levaram a piora na economia brasileira

Os principais fatores desta trava na economia são a perda de valor de nosso dinheiro em relação à moeda americana.

Só para a gente ter uma ideia da volatilidade de nossa moeda, o real em um ano se desvalorizou 28% em relação à moeda americana.

E este fator é o segundo pior desempenho do real, desde sua criação nos anos 90.

O real ganha apenas do peso argentino, quando comparado com as 24 moedas mais negociadas no mundo financeiro. O real está muito fraco!

São vários fatores, na verdade, entre eles, os juros baixos que afastaram os grandes investidores internacionais que preferiram retirar seu capital do território para investir em economias menos voláteis.

Os problemas políticos, a questão tributária são outros motivos, entre eles, a pandemia e o fique em casa.

Não dá para esquecer da falta de uma reforma tributária, da complexidade e da onerosidade do Sistema Tributário Nacional.

Em 2020, a pandemia evidenciou todos estes problemas da economia do país.

Sem produção, sem venda, algumas empresas optaram por adicionar os trabalhadores no programa de salários do governo federal para manter o emprego.

E muitas fecharam as portas ou reduziram seu quadro de funcionários.

Saiba quantos milhões de pessoas estão sem emprego no Brasil

É neste ponto que a economia de um país prejudica o trabalhador, que é a parte mais sensível desta corrente. É o elo mais fraco.

O brasileiro perdeu o emprego. E o número de desempregados aumentou.

Segundo dados do IBGE, o Brasil apresenta a maior série histórica de desempregados, atingindo 14,4 milhões em todo o país.

Em termos percentuais, só para se ter uma ideia, o desemprego no país jamais havia atingido a faixa dos 14 pontos percentuais.

Em média, nos tempos mais difíceis, ficava em torno de 12 milhões.

O máximo atingido até então, foi o índice de 13,7%, no primeiro trimestre de 2017, durante a crise política e econômica.

Entenda a queda do PIB e como ela impacta a economia

Outro fator relevante que denota o aumento do número de desempregados é que houve queda no PIB.

Em relação a 2011, nos últimos 10 anos, a queda do Produto Interno Bruto (que mede a geração de riquezas produzidas por um país) caiu 5,5%.

Esses índices, segundo economistas do Instituto Brasileiro de Economia (FGV-Ibre) são piores do que os atingidos nos anos de 1980, considerada como a “década perdida”.

Mas o que levou a isso?

Os fatores, mais uma vez, são muitos e variados.

Alguns deles podem ser citados como o baixo investimento, a baixa qualificação da mão de obra, sistema tributário caótico de excesso de tributos e economia fechada em relação às diversas economias globais em função da pandemia.

Além disso, não dá para esquecer da insegurança jurídica, de investimentos errados pelos governantes, da péssima qualidade da malha viária no país, que não tem investimento em ferrovia para escoamento da produção…

Enfim, são apenas alguns elementos destes quebra cabeças para ilustrar porque houve a queda na geração de empregos e o consequente aumento do número de desempregados.

Veja como o desemprego fez a renda das famílias cair

Fatores como estes, além de aumentarem o desemprego reduziram a renda per capita das famílias brasileiras.

E quando tem menos dinheiro circulando no orçamento familiar, a família compra menos, levando a queda nas vendas e na baixa da produção.

Uma publicação nacional destacou em uma matéria que a renda de 71% das famílias que vivem em comunidades (anteriormente chamadas de favelas) caiu para menos da metade com a pandemia, conforme o Instituto Data Favelas.

Desta forma, a taxa de desemprego do Brasil vai ficar acima de dois dígitos por um bom tempo.

Em 2021, ainda sob os efeitos da pandemia, continuamos com os problemas gerados pela questão fiscal, pela ausência de reformas tributárias e a demora na imunização contra a Covid-19.

Isso tudo é um somatório que afeta a confiança de investidores e empresários, o que freia e atrasa a geração de emprego e todo o processo de recuperação do emprego.