Os excluídos digitais
Algumas tecnologias não são para todos: acesso à internet, por exemplo, não é a realidade de muitos brasileiros
Um em cada cinco lares brasileiros não tem acesso à internet. É o que levantou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua – TIC) de 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa mostrou que em 2018, 45,960 milhões de pessoas ainda não tinham acesso à internet, ou seja, cerca de 25% de toda a população com 10 anos ou mais de idade.
Para visualizar melhor esses números, imagine o Maracanã, o maior estádio do Brasil, que comporta 78.838 torcedores. A quantidade de pessoas sem acesso a internet seria capaz de lotar mais de 570 Maracanãs. Muito, não é?
Apesar de ainda ser um número alto de pessoas sem acesso, a pesquisa mostra que o número de brasileiros sem acesso a internet diminuiu.
No ano de 2017, era de 54,5 milhões de pessoas sem acesso à rede, o que correspondia a 30,2% da população com 10 anos ou mais de idade. Em um ano, o número de internautas no Brasil aumentou em 10 milhões de pessoas.
Mas por que essas pessoas ainda não têm acesso à internet?
Os motivos são diversos, estudos mostram que comunidades carentes, mais pobres, pessoas com uma posição econômica desprivilegiada, ou que moram em lugares menos favorecidos são excluídas digitalmente, não tendo acesso à toda tecnologia disponível.
Mas a pesquisa também listou alguns motivos para o não acesso à internet que podem ser conferidos agora:
- 41,6% não sabem usar a internet;
- 34,6% não tem interesse em usar a internet;
- 11,8% disseram que é um serviço caro;
- 5,7% informaram que é um aparelho de acesso caro;
- 4,5% que não havia internet disponível no local;
- 1,9% informaram que é por outro motivo.
Entenda melhor os dados
Para compreender melhor esse panorama, listamos algumas outras informações obtidas pela pesquisa e até listadas pelo IBGE que revelam esse panorama do uso da internet e fatores para a exclusão digital.
A renda é diferente
Domicílios que utilizavam internet tinha renda média per capita de R$ 1.769. Já aqueles que não utilizavam a rede, é de R$ 940.
Celular, celular e celular
O IBGE mostrou que o telefone celular era usado para a conexão em 99,2% dos domicílios onde havia acesso à internet.
O celular é também o único meio de acesso à internet em 45,5% dos domicílios do país.
Mas em 5,1% dos domicílios particulares no país ainda não haviam telefone celular nem fixo.
Ainda sobre a forma de acesso à rede, 50,7% usam microcomputador; 23,1% a TV; e 12% usam tablet.
Urbano x Rural
Dos 45,9 milhões de brasileiros que não acessavam a internet, 32,2 milhões viviam em área urbana e 13,7 milhões, em área rural.
Mulheres conectadas
No total são 135,9 milhões de pessoas que usam internet no Brasil. Desse número 71,9 milhões são mulheres, contra 64 milhões de homens.
Trocar mensagens é o que importa
Enviar ou receber mensagens de texto, voz, ou imagens é a maior campeã de uso da internet pelos usuários, correspondendo a 95,7% da finalidade por aqueles que tem acesso à internet.
Mas também há aqueles que preferem conversar por chamada de voz ou vídeo (88,1%); assistir a vídeos, inclusive series e filmes (86,1); e enviar ou receber e-mails (63,2%).
Você conhecia esses dados? É possível que governos e instituições privadas façam alguma coisa para mudar a realidade dos excluídos digitais no Brasil?
Agora se você ficou curioso e quer entender melhor a pesquisa, é possível consultar um relatório feito pelo IBGE com a análise de todos os resultados na integra, por aqui. [https://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Anual/Acesso_Internet_Televisao_e_Posse_Telefone_Movel_2018/Analise_dos_resultados_TIC_2018.pdf]