Pix: Novo imposto poderá incidir sobre as transações

As transações feitas por meio do Pix poderão ter uma alíquota do novo CPMF

Atualizado em outubro 29, 2020 | Autor: Michelle
Pix: Novo imposto poderá incidir sobre as transações

O Pix, novo sistema de pagamentos e transferências criado pelo Banco Central, iniciará suas operações oficialmente no dia 16 de novembro.

O novo sistema será totalmente digital, e permitirá que as transações por meio dele sejam feitas de forma instantânea, 24 horas por dia, em todos os dias da semana, de forma gratuita para pessoas físicas.

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No entanto, com a possível criação de um imposto sobre transações digitais, que está sendo chamado de CPMF Digital, a gratuidade das transições pode não ocorrer.

O CPFM poderá cobrar uma alíquota entre 0,2% e 0,4% sobre as transações feitas digitalmente.

O que é a CPMF Digital?

O CPMF Digital será uma “ressurreição” da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, tributo criado no ano de 1996.

O novo CPFM integra a reforma tributária, que está sendo proposta por Paulo Guedes, Ministro da Economia.

Como as compras online estão cada vez mais populares, o novo imposto permitirá que o governo tenha uma nova fonte de arrecadação.

O Pix e a CPMF Digital

De acordo com o Banco Central, todas as transações feitas no Pix por pessoas físicas seriam totalmente gratuitas. Entretanto, a criação do novo imposto vai totalmente contra a proposta de gratuidade do Pix, já que as transações feitas por meio dele são totalmente digitais.

De acordo com Fernanda Garibaldi, especialista na área de FIntech e Meios de Pagamento do Felsberg Advogados, que foi ouvida pelo portal E-Investidor, do Estadão, o Pix e o CPMF Digital são conflitantes.

Segundo a especialista, o Banco Central, por um lado, quer desestimular o uso do dinheiro em espécie por meio do Pix, enquanto que a criação desse novo tributo pode, por outro lado, estimular o uso do dinheiro em papel e moeda.

Além de entrar em conflito com o Pix, a CPMF Digital também entra em conflito, pelo mesmo motivo, com a proposta da criação do Real Digital, uma moeda digital brasileira que foi anunciada pelo presidente do Banco Central.

Como o CPMF Digital poderá afetar o consumidor

Além do desestímulo ao uso das transações por meio digital, o novo imposto trará mais custos para as pessoas jurídicas.

A gratuidade do Pix só se aplica às pessoas físicas. Pessoas Jurídicas, por sua vez, terão que pagar uma taxa para utilizar o serviço. Dessa forma, além de pagarem a taxa do Pix, os comerciantes também deverão arcar com os custos do CPMF Digita.

De acordo com Fernanda Garibaldi, a taxação poderá ter impactos no comércio de bens e serviços e, como os comerciantes repassam esses custos para os consumidores, os preços poderão aumentar

Sendo assim, o novo tributo pode afetar as classes que possuem menos condições de arcar com o novo tributo, que são aqueles que estão começando a utilizar as transações digitais.