Coronavírus: Será Que é Mesmo a Hora de Investir?

Separamos algumas dicas de investimentos diante de uma incerteza de crescimento da economia global, veja

Atualizado em março 29, 2020 | Autor: Michelle
Coronavírus: Será Que é Mesmo a Hora de Investir?

Com o Coronavírus, os investidores entraram em pânico e venderam ações em todo o mundo, inclusive no Brasil. Como resultado, as bolsas mundiais têm despencado e muitos investidores se encontram perdidos e sem saber onde investir. Como o vírus afetou a economia global, se fez necessário repensar se esta é uma boa hora para investir e quais as melhores opções para isso.

Enrico Cozzolino, analista de investimentos do Banco Daycoval, acredita que, em tempos de incertezas, o mais recomendado é aplicar seu dinheiro em investimentos que funcionam como reserva de valor.

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“Sempre que temos momentos de grandes incertezas, vemos movimentos como este, de fuga para a segurança. O importante para o investidor passa a ser a preservação do patrimônio, mais do que a rentabilidade da aplicação.”

Com base nessa informação, separamos algumas dicas de investimentos diante de uma incerteza de crescimento da economia global. Acompanhe abaixo:

Comprar Dólar é uma boa?

Como primeiro selecionado da nossa lista na busca de investimentos seguros, a moeda americana passou a ser a mais procurada nos últimos dias, o que fez com que o seu valor subisse e batesse recorde atrás de recorde.

Essa tendência é conhecida como “flight to quality” (vôo para qualidade) e pode ser aplicada em diversos âmbitos da vida profissional. Na área financeira, por exemplo, sabe-se que os Estados Unidos são a maior potência econômica mundial, o que faz com que seja mais seguro comprar sua moeda, ou comprar ativos norte-americanos, como títulos do Tesouro dos EUA.

Principalmente nos próximos 10 dias, onde vários países estão entrando em período de quarentena, a tendência é que mais pessoas comprem o dólar e a moeda aumente ainda mais. Portanto, se vai investir seu dinheiro nesse ativo, é recomendado que o faça o quanto antes.

Sempre valorizando, o Ouro é um investimento seguro

Sendo a mais tradicional reserva de valor dos mercados, o ouro é sempre procurado em momentos de incertezas, como guerras, crises econômicas e desastres naturais. Por ser um investimento considerado seguro, ele sempre entra em alta nesses momentos, juntamente com a moeda americana, pois seu preço é definido em dólar.

O ouro é recomendado principalmente para quem deseja realizar um investimento a longo prazo, ou diversificar seus investimentos seguros, já que ele é um bem natural que não pode ser fabricado e, por causa disso, não está sujeito à intervenção de governos em seu valor.

Sua cotação tende a ser a mais estável entre os ativos e Cozzolino consegue discernir a situação econômica mundial só verificando seu preço: “Uma das características de momentos de voo para qualidade é que fica evidente a valorização de ouro e dólar, historicamente”.

Renda Fixa

Em momentos incertos, os investimentos corrigidos por juros também são muito procurados, mas deve-se optar por aqueles que são emitidos por governos de economias desenvolvidas, como os Estados Unidos.

Não é que estamos enchendo a bola dos americanos, mas ao adquirir um título de renda fixa, seu prazo já é estabelecido no ato da compra, juntamente com a taxa de juros pré-definida. Como o Copom baixou ainda mais os juros brasileiros em sua reunião de 17 de março (3,75%), este momento não é ideal para comprar títulos do Tesouro Brasileiro.

Além do rendimento, dependendo do investimento a ser feito, os riscos do mercado americano são considerados mais seguros dos que os brasileiros atualmente.

Investimento Em Ações é muito Arriscado?

Não que seja proibido ou uma péssima ideia investir em ações durante uma Pandemia, mas como essa doença está afetando a economia global, acreditamos que, neste momento, é uma ação arriscada porque não se pode prever o que irá acontecer.

O petróleo, por exemplo, ainda não se sabe qual será o impacto durante o Covid-19. Nesse caso, as ações da Petrobrás já caíram, assim como as ações das companhias aéreas que reduziram drasticamente seus números de viagem e, consequentemente, de faturamento.

Caso você deseje investir em algo diferente, a alocação recomendada por especialistas é dividir os recursos entre títulos pós-fixados e fundos imobiliários (que devem crescer em breve, com a queda dos juros).

“O ideal é ir comprando lentamente, pois ninguém sabe quando é o fundo do poço”, afirma Michael Viriato, professor no Insper e doutor em otimização de carteiras de investimentos pela Universidade de São Paulo.

Como ser um Investidor Agressivo?

Investidores agressivos é o nome que se dá para aqueles que aceitam assumir riscos em seus investimentos pois se consideram audaciosos. A maior característica desses investidores, é que eles toleram perdas, em troca da possibilidade de maior retorno no futuro.

Se você se identifica com esse perfil, é importante destacar que provavelmente, não surgirão novas companhias para investir nos próximos meses, pois até as grandes economias estão aconselhando o adiamento das ofertas iniciais de ação.

“Estamos vendo um movimento atípico em todo o mundo, porque os governos têm priorizado salvaguardar o lado humanitário, aceitando impacto econômico. É o mais correto a ser feito, pois uma mortalidade em massa provocaria efeitos na economia da mesma forma”, diz Marcelo Giufrida, presidente da gestora Garde.

Portanto, especialistas aconselham a diversificar sua carteira de investimentos com as seguintes possibilidades:

  • 31% – Fundos Multimercados
  • 25% – Ações e Fundos de Ações
  • 13% – Fundos de Crédito Privado
  • 11% – Renda Fixa Atrelada à Inflação
  • 10,5% – Renda Fixa Pós- Fixada
  • 8,5% – Fundos Imobiliários
  • 1% – Fundos Cambiais