Saiba como identificar crianças com Transtorno Opositivo Desafiador (TOD )
Seu filho faz muita birra e é desobediente? Você evita fazer atividades de lazer pra evitar passar vergonha? Entenda como diferenciar um comportamento temporário de uma doença que traz traumas para toda a família

Em qualquer idade da primeira infância e adolescência, os pais podem experenciar um comportamento indisciplinar dos filhos, mas geralmente episódios isolados de desobediências são causados por alguma vontade contrariada e não acontecem de forma constante, nem com qualquer parente da criança.
O transtorno pode se apresentar mais cedo na vida de uma criança, mas é mais comum entre 6 e 12 anos, já que a partir dessa idade a criança já desenvolveu completamente a fala e é capaz de expressar suas insatisfações com atitudes que irão magoar e ofender os que estiverem em situação de autoridade sobre ela. Esse é um dos principais pontos da criança opositora, ela não aceita hierarquias, seja dos pais ou professores, pessoas mais velhas que cuidem dela e se opõe de maneira agressiva a essas pessoas, mesmo quando não está sob o comando de alguma atividade obrigatória, como ter que escovar os dentes e tomar banho.
Outra característica identificada é o negativismo e a baixa autoestima dessas crianças. Elas estão constantemente irritadas e agem deliberadamente para prejudicar outras pessoas, sem demonstrar arrependimentos ou colocando a culpa em outros quando se envolvem em problemas.
O transtorno opositor deixa o indivíduo com dificuldades de seguir regras e possui uma característica vingativa, com excessos de raiva sem que tenham sido provocados para isso. Os conflitos escolares são rotineiros, entre professores e colegas, e não possuem atitudes de colaboração em atividades em grupo.
Vida social familiar comprometida
As famílias com crianças opositoras acabam reféns dos filhos, evitam sair de casa, frequentar casas de amigos ou parentes pelo trauma de passar situações constrangedoras de mal comportamento da criança. Podem também ser excluídas dos convites para ir a restaurantes ou comemorações, porque as pessoas sabem que será muito incômodo lidar com o comportamento indisciplinar e agressivo dos filhos.
A criança também costuma ficar de fora do convívio com outros coleguinhas, que costumam se afastar por não conseguirem lidar com as atitudes, já que as crianças com TOD são agressivas e individualistas não apenas com os mais velhos, e sim com todos que fazem parte do seu ciclo de vida.
Esses são fatores determinantes para os pais identificarem que seu filho não está passando por uma fase ou só é birrento. Quando a agressividade, irritação e desobediência passam a comprometer todas as áreas da vida da criança e da família, é preciso procurar ajuda médica.
O problema precisa de tratamento, pois a evolução leva a complicações maiores. Quando não avaliado e tratado, a criança com TOD pode desenvolver o Transtorno Opositor de Conduta, que é quando a criança passa a ter comportamentos onde podem ferir outras pessoas, danificar propriedades, roubar objetos, sem demonstrar qualquer culpa ou preocupação com punições.
Tratamento
Geralmente, o tratamento se inicia com terapia individual e familiar. As crianças precisam de um acolhimento antes de entender o porquê de suas atitudes estarem erradas e afetarem a vida de todos. O que acontece dentro dos lares de crianças com TOD é que a carga de estresse de ambos os lado, perderam o caminho de se encontrar. Os adultos que deveriam ter a maturidade para direcionar os conflitos para um filho em formação, acabam se sentindo vitimas de uma opressão infantil e imposta pela sociedade, de ter que dar conta de educar um filho para se comportar sempre bem em todos os ambientes. É comum os pais relatarem que não se sentem bons pais, por toda essa pressão. Por isso, o primeiro passo é o atendimento psicológico, mas em alguns casos o médico pode solicitar medicamentos para o controle de TDAH. Somente uma avaliação caso a caso pode definir se isso será necessário.