Justiça decreta a falência da Livraria Cultura
Falência da Livraria Cultura é um golpe na cultura, principalmente pela icônica loja no Conjunto Nacional da Avenida Paulista
Para amantes da leitura e deste ambiente cultural que impactou muitas gerações, a notícia é impactante: Justiça decreta a falência da Livraria Cultura.
A empresa passa por problemas financeiros desde 2014 e a Justiça alega descumprimento no plano de recuperação judicial.
Desta maneira, as salas da Livraria Cultura, inclusive a tradicional na Avenida Paulista, devem ser lacradas em breve, se não houver reviravolta no caso.
A Livraria Cultura tem uma unidade em São Paulo, no Conjunto Nacional, e outra em Porto Alegre, no Shopping Bourbon Country, no mesmo estilo da livraria paulista.
Saiba mais: Justiça decreta a falência da Livraria Cultura
A livraria apontou a queda de vendas de livros e a crise econômica brasileira como principais problemas.
A sentença foi do juiz Ralpho Waldo de Barros Monteiro Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.
Conforme a Justiça, a Livraria Cultura não estava conseguindo honrar os pagamentos previstos no plano de recuperação judicial, que teve início ainda em 2019.
Além disso, o pagamento de direitos trabalhistas e demais credores vai depender do caixa da Livraria Cultura.
Veja como vai funcionar o processo se a Livraria Cultura não recorrer
O que ocorre é que em caso de falência de empresa, pela Lei no Brasil, há preferência nos pagamentos.
Pela Lei, primeiro devem ser pagos os trabalhadores, até 150 salários mínimos por credor.
Só depois é que aparecem os créditos com garantia real, os créditos tributários e, por fim, os fornecedores e prestadores de serviço.
Conforme informado, neste pedido de recuperação judicial, a empresa declarou ter R$ 285,4 milhões em dívidas.
Desta maneira, para quitar dívidas, podem ser vendidos imóveis, estoque e até sua marca.
Conheça a história da Livraria Cultura
A Livraria Cultura foi fundada em 1947 por Eva Herz no centro de São Paulo.
Atualmente há apenas duas lojas, uma na Avenida Paulista e outra em Porto Alegre, mas a empresa já teve livrarias em 16 cidades.
Entre elas, estão Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Em relação a sua história, em 1947, Eva Herz, filha de imigrantes judeus da Alemanha, montou um serviço de aluguel de livros.
Este serviço era chamado de Biblioteca Circulante em sua casa na Alameda Lorena, em São Paulo.
O serviço se popularizou e a biblioteca circulante passou também a vender livros.
A loja atual, ponto turístico no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, foi inaugurada em 1969.