Privacidade Hackeada: documentário sobre manipulação de dados na internet

Descubra como a empresa de análise de dados Cambridge Analytica influenciou a eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos

Atualizado em janeiro 19, 2022 | Autor: Michelle
Privacidade Hackeada: documentário sobre manipulação de dados na internet

Quem nunca fez um testezinho de personalidade que apareceu no seu feed do Facebook? Esse e muitos outros tipos de testes virtuais, principalmente vinculados à sua conta, são uma forma de deter dados pessoais de personalidade. Mas no que isso pode implicar?
O documentário Privacidade Hackeada (2019), de Karim Amer, Jehane Noujaim, explora os perigos e as consequências do uso de dados de pessoas na internet. A democracia é um exercício do livre arbítrio. Porém, na era digital, a manipulação de informações e de intenções está cada vez maior, através dos likes, dos shares e de cada “sim” dado para políticas de privacidade mal lidas. Dessa forma, até que ponto a democracia é eficaz?

Conheça o documentário sobre manipulação de dados na internet

No documentário, o público tem como exemplo de perigo o escândalo que envolveu a empresa britânica Cambrigde Analytica (CA), o Facebook e outras redes sociais, como manipulação para influenciar as eleições de 2016 dos Estados Unidos e também a eleição para o Brexit.
A CA tem como objetivo analisar dados comportamentais para criar um anúncio para um determinado propósito, como ganhar eleitores para algo, candidatos políticos ou consumidores para marcas específicas. Essas atividades são realizadas por meio da coleta de dados. Ou seja, plano de coleta, venda e uso dados de milhões de americanos.

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Enredo

A eleição de Donald Trump, em 2016, e a também eleição para o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) acontecer são exemplos de uso de dados para manipulação. Para influenciar nesses acontecimentos, a CA conseguiu ter acesso às informações de mais de 50 milhões de usuários do Facebook e, desta forma, conseguiu traçar um perfil eleitoral básico de vários grupos para que suas campanhas fossem mais eficientes e direcionadas para o lugar certo.
Ou seja, os dados moldaram um perfil psicológico alvo para disparem fake news, de modo a manipular e atrair o voto dessas pessoas.

Como aconteceu

Com acesso aos dados de milhões de usuários do Facebook, a Cambridge Analytica conseguiu manipular essas informações e desenvolver estratégias de comunicação direcionadas especificamente a pessoas/grupos específicos. Além disso, a localização geográfica dessas partes interessadas indicava em quais regiões a campanha deveria se concentrar para obter os melhores resultados. Ou seja, a empresa conseguiu direcionar anúncios e conteúdos audiovisuais para pessoas que haviam mostrado algum “viés” político.
No ano de 2016, parcela dos americanos se chocaram com o resultado das eleições. “Make America Great Again” seria o grande lema que conquistara o maior colégio eleitoral daquele ano. O que não estava claro era a eficiência que a campanha de Trump tivera após a contratação da Cambridge Analytica, que direcionava a sua propaganda para possíveis eleitores do candidato, em regiões propícias para mais alcançar votos.
O movimento Brexit no Reino Unido e Donald Trump nos Estados Unidos tratam de arquivos com base na personalidade dos usuários, visando a formar um disparo personalizado de votos diretamente nos candidatos republicanos. Para isso, a CA fez parceria com a empresa de Aleksandr Kogan, que vendeu um modelo de “obtenha milhões de informações pessoais de usuários da rede social Facebook”, que puderam ser usados para rastrear a personalidade do usuário.
Ou seja, mesmo não tendo atingido o maior percentual de eleitores, os que foram atingidos seriam certamente bem influenciados pela estratégia, que envolvia a pesquisa de dados para descobrir quem poderia ter mais pendência em votar para a saída da Inglaterra da UE e, daí para frente, foco em disparo de propagandas, campanhas, estratégias em cima deles. Não muito diferente do caso de Trump, que também adquiriu informações de milhões de usuários tendenciosos para promover o voto.

Onde assistir?

O documentário Privacidade Hackeada está disponível na plataforma de streaming Netflix e tem 2h19 minutos de duração. Além dos detalhes do escândalo, o espectador ainda pode entender melhor como funciona o uso de dados pessoais na internet, como as redes sociais podem se aproveitar disso e ainda conferir como se proteger diante desses perigos. E aí, bora assistir?

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