Tudo sobre a falência do Silicon Valley Bank

Saiba tudo sobre a falência do Silicon Valley Bank e entenda o caso da maior falência de banco nos EUA desde 2008

Atualizado em abril 10, 2023 | Autor: Michelle
Tudo sobre a falência do Silicon Valley Bank

A falência do Silicon Valley impactou a economia mundial.
O banco do Vale do Silício, onde estão as Big Techs, anunciou prejuízo de US$ 2 bilhões.
O impacto é mundial não apenas pela localização do banco e a clientela, mas por outros motivos.
O primeiro deles é que o Silicon Valley Bank (SVB) é considerado o 16º maior banco dos Estados Unidos.
O segundo motivo é que esta é a segunda maior falência de um banco na história americana.
Então, para você entender mais sobre os impactos e saber o que levou à falência do SVB, confira nosso post.

Veja quais setores do Brasil podem ser impactados pela falência do Silicon Valley

O Fed (Banco Central dos EUA) lançou uma linha de empréstimos de emergência.
O objetivo é ajudar os bancos dos EUA, após a crise.
O problema é que grande parte dos clientes do SVB pode não ter direito a este empréstimo.
Se por lá o impacto pode ser grande, no Brasil não é diferente.
A falência do SVB pode afetar startups brasileiras.
Isso mesmo, pois algumas utilizavam o banco para obter capital de risco.
Para você ter ideia, fontes ligadas ao setor afirmam que mais de 90% das startups brasileiras offshore tinham conta lá.

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Saia mais sobre o SVB e a falência

Fundado em 1983, o Silicon Valley Bank (SVB) era um grande banco dos EUA.
Como já falamos, era considerado o 16º maior banco do país pelo Federal Reserve (Fed, o banco central).
Outro impacto da quebra do banco é que, sediado na Califórnia, oferecia financiamento para startups e empresas de tecnologia.
Antes da falência, ainda em 2021, o SVB declarou que era a instituição financeira de quase metade das startups nos EUA.
E agora, na falência anunciada em março, o SVB possuía mais de US$ 200 bilhões em ativos.
Estes números destacam que este foi o maior banco a falir desde a crise de 2008.

Entenda a falência do Silicon Valley

Mas, se era tão grande e se tinha tanta importância no celeiro da tecnologia mundial, o que aconteceu que levou à falência?
Pois é, a inflação nos EUA atingiu o maior patamar desde a década de 1980.
Sendo assim, o FED aumentou as taxas de juros para 4,5% a 4,75%.
Esta taxa impactou as empresas de tecnologia de forma negativa. O motivo?
Com a inflação e juros neste patamar, veio a dificuldade em conseguir financiamento para crescer.
E sem grana externa, muitas startups tiveram que sacar seus depósitos do Silicon Valley Bank.
Então, o SVB teve que vender R$ 21 bilhões em títulos do Tesouro.
Desta forma, teve um prejuízo de US$ 1,8 bilhão, o que levou a uma corrida bancária.
Para você imaginar o tamanho do negócio, em um único dia os pedidos de saques foram de US$ 42 bilhões.
E o impacto? As ações do SVB caíram 60,4% no pregão.

Saiba se haverá socorro para os atingidos pela falência do Silicon Valley

O Fed lançou uma linha de empréstimos de emergência, como primeira medida.
Mas o financiamento é apenas para bancos dos EUA, para frear o colapso do SVB.
Os quatro maiores bancos dos EUA perderam US$ 52 bilhões no primeiro dia.
Contudo, como antecipamos neste post, 96%  dos clientes do SVB não eram cobertos pelo fundo regulador, que garante depósitos de até US$ 250 mil.

Entenda a relação com a crise de 2008 e se chegará ao Brasil

Não é fácil prever o que pode ocorrer decorrente da crise do SVB.
Se o FED conseguir contornar a crise, o Brasil não ficaria de fora dos impactos.
Mas, por outro lado, caso a intervenção do FED não consiga resposta positiva, os impactos podem ser mundiais e, consequentemente, chegar ao Brasil com maior intensidade.
De uma certa forma, após a falência do banco das startups dos EUA, o impacto já chegou.
E, segundo portais de notícias sobre tecnologia, o investidor brasileiro passou a agir com mais cautela em relação as fintechs financeiras do país.
Isso mesmo, como o SVB trabalhava diretamente com startups, não esqueça que os bancos digitais são ou foram startups em um passado recente.
Por este motivo, alguns bancos digitais do Brasil se apressaram a divulgar que não têm qualquer exposição ao Silicon Valley Bank.
Sendo assim, pelos movimentos observados desde o colapso, o Brasil vem passando, de certa forma, ileso à crise do SVB.
No entanto, este cenário pode mudar, pois conforme antecipamos acima, a Bloomberg  publicou que mais de 90% das startups offshore do Brasil tem contas no SVB, no Vale do Silício.
Sendo assim, parte dessas startups podem não receber seus valores aportados no SVB de forma imediata.
Mas, ainda é muito cedo para dizer se os impactos serão maiores no Brasil, ou não!