A junção de Open Banking com o Pix; entenda
Confira tudo o que você precisa saber sobre Open Banking e Pix
Se o Pix revolucionou a forma do brasileiro fazer pagamento, com a chegada do Open Banking a revolução será ainda maior. Entenda a junção do Open Banking com o Pix.
Fazer transações com pagamento instantâneo, se já estava bom, está ficando ainda melhor.
Com o Open Banking você vai poder fazer a movimentação de contas bancárias a partir de diferentes plataformas, não mais apenas pelo app ou site do seu banco onde tem sua conta.
Isso é possível porque o Bacen começou a organizar a convergência entre Pix e Open Banking.
Quer um exemplo bem prático da mudança que isso vai significar na sua vida?
Antes do Open Banking, ao fazer uma compra pela internet, você entrava no marketplace, fazia a compra, depois ia ao app do banco para pedir autorização de pagamento, então voltava ao site da loja para fazer a compra.
Agora, basta você entrar no e-commerce, fazer a compra e pagar. Assim que a transação for autenticada, o pagamento será feito e a negociação encerrada.
Como assim? Gostou da novidade?
Entenda como vai funcionar e confira mais detalhes sobre a junção do Pix com o Open Banking, que promete facilitar a vida de todo brasileiro.
Entenda quais as diferenças entre o Open Banking e o Pix
O Pix, desde que foi lançado, já mostrou a que veio.
Suas vantagens são muito claras, é gratuito e transfere grana em segundos.
As transações via Pix já ultrapassaram as feitas via DOC, TED, e boleto
Segundo a Febraban, federação dos bancos, as transações via Pix representam mais de 30% do total de transações bancárias do país.
Por sua vez, o Open Banking é algo novo, foi lançado este ano, e não tem benefícios na hora.
A melhor tradução é sistema bancário aberto, ou seja, cada um tem autonomia de permitir o acesso a todo seu histórico, sem necessidade de solicitar ao banco.
Veja quais os benefícios do Open Banking para os clientes
O principal benefício é que você tem acesso a mais produtos e serviços.
Com isso, você tem um preço mais justo, sem ter que migrar de banco ou usar diferentes aplicativos.
Lembra quando usar o telefone celular era caro, então, você tinha dois números de telefone ou dois chips de duas operadoras diferentes?
É mais ou menos isso que ocorre hoje com o sistema bancário.
Agora você terá vários serviços financeiros em um só lugar.
E com mais dados abertos, você terá mais crédito.
Por exemplo, você precisa de um empréstimo e o seu banco, o banco A, não te oferece as melhores taxas, mesmo conhecendo seu perfil e tendo relacionamento há anos.
Antes do Open Banking, como você faria para procurar empréstimo de outro banco se você não tem relacionamento e se ele não tem nenhuma informação sobre você.
Agora, estes dados são abertos e o banco B saberá do seu perfil, mesmo sem você ter sido cliente dele.
Isso permitirá o acesso ao empréstimo de forma mais acessível.
Saiba quais dados serão compartilhados e com qual objetivo
Serão compartilhadas informações cadastrais como nome, CPF, contato, dados como sua renda e movimentações financeiras.
Também serão compartilhados dados sobre os produtos que você utiliza como seguro, cartão de crédito, plano de previdência, entre outros.
O objetivo não é que o telemarketing não largue mais do seu pé, mas, sim, estimular a ampla concorrência e a oferta de serviços.
Sem contar que este compartilhamento vai simplificar a vida de quem utiliza os bancos.
No novo ambiente, o compartilhamento de dados entre as instituições será feito via APIs, que é uma tecnologia que permite integrar sistemas com diferentes componentes e linguagens de programação.
Seus dados serão expostos? Não!
Um exemplo de API aberta é o Google Drive.
Para você usar o Google Drive é necessário que você tenha acessado um site onde anexou um arquivo diretamente no drive.
E para ter acesso a este drive será somente quem você quiser, quando você quiser e quando você permitir.
Entenda o que é uma API e como vai funcionar o serviço
Já que falamos em API aberta, você deve estar se perguntando o que significa.
A integração vai se dar por meio de API, que é a interface de programação de aplicativo.
Pela tradução você já deve ter entendido o que significa uma API.
Ou seja, suas informações poderão transitar pelo mercado quando você permitir. Semelhante ao exemplo do arquivo compartilhado pelo Google Drive.
No seu dia a dia, como vai funcionar?
Digamos que você precisa de um crédito e lança mão de seus dados ao solicitar a proposta de um banco.
Você autoriza que esta instituição tenha acesso aos seus dados, autorizando através do app ou pelo internet banking.
É a integração do sistema bancário que permitirá esta praticidade de troca de dados em tempo real, sem intermediários.
Como funciona a junção do Open Banking com o Pix
A junção do Open Banking com o Pix elimina muitos passos nas transações.
Se antes você precisava fazer sete passos para realizar uma transação, agora tudo será possível com apenas três.
Isso porque, em vez de você efetuar a compra, seja online ou em loja física, fazendo a leitura do QR Code, usando o ‘Pix Copia e Cola’, agora você será automaticamente direcionado para a tela de autenticação da transação no app do seu banco.
É como se o seu banco, onde você tem seu dinheiro, tivesse migrado para dentro da loja onde você está fazendo a sua compra.
Nossa, mas é seguro usar este sistema?
Se esta é sua pergunta, fique tranquilo, pois o Banco Central impôs algumas regras.
Entre elas, as empresas que queiram ser iniciadores de pagamento, no caso, a loja onde você fez a compra no exemplo anterior, vai ter que participar do Pix e do Open Banking.
Isso significa que ela terá que se adaptar, obedecer às normas e ser autorizada pelo Bacen, de forma que seja um iniciador de pagamento seguro.
Sem contar que toda operação é monitorada, sempre será preciso confirmar as transações no ambiente do banco, porém, de forma automática.
Saiba o que é um iniciador de pagamentos
Tudo isso vai ser possível porque o Banco Central fez uma resolução nova atualizando o regulamento do Pix.
Agora, além das instituições financeiras, o Bacen emitiu as regras para que as empresas também se tornem iniciadores de pagamentos.
Um Iniciador de Transação de Pagamentos (ITP) é um novo tipo de instituição.
Não se trata de instituição bancária, mas uma instituição habilitada para efetuar serviços de compra e venda, autorizada a movimentar recursos sem conceder empréstimos e financiamentos.
Uma das diferenças de um ITP em relação aos bancos, por exemplo, é que ele não vai sequer ver a cor do dinheiro, não vai ‘encostar’ nos valores que está movimentando.
Veja porque o iniciador de pagamento foi criado
A expectativa é que esse serviço de iniciação de pagamento facilite ainda mais a vida do usuário.
O cliente terá mais uma opção de escolha na hora que for movimentar seu dinheiro.
E da mesma forma que ocorre com o Pix, que você só usa se quiser e quando quiser, também com o iniciador de pagamento será da mesma maneira.
Você vai poder escolher se vai ou não usar o iniciador de pagamentos.
Isso porque, no Open Banking, o funcionamento do ITP via Pix vai exigir um compartilhamento de dados por parte do cliente.
Saiba se o iniciador de pagamentos será gratuito ou se poderá cobrar taxas
Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que o Pix conhecemos não vai deixar de existir.
Essa nova experiência utilizando o iniciador de pagamentos é opcional, você vai decidir o meio pelo qual vai movimentar seu dinheiro.
Sim, o iniciador pode cobrar taxas dos clientes.
Segundo o Banco Central, fica a critério do ITP cobrar algum custo do cliente ou não para efetuar seu serviço.
Mas a expectativa é de que não vão cobrar nenhuma taxa extra.
Isso porque o Pix continua gratuito, então, se houver cobrança adicional no serviço de iniciação, não haverá motivos para o cliente usar este novo sistema em vez de usar o Pix, gratuito.